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  • Médico indica as comorbidades que podem se vacinar contra a gripe

    Pessoas com comorbidades são um dos grupos prioritários da campanha nacional de vacinação contra a gripe (influenza) e que poderão aproveitar o Dia D de vacinação, que acontece neste sábado, 13 de abril. Esse público engloba indivíduos com doenças crônicas ou outras condições clínicas que acarretam maior risco de agravamento ou óbito pela doença.

    Os dados do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) apontam que, em 2024, 19% dos casos de hospitalizações e 10% dos óbitos por influenza foram entre pessoas de 6 a 59 anos com alguma comorbidade.

    Além disso, crianças maiores de 6 meses a menores de 6 anos e idosos (com 60 anos ou mais) são outros grupos elegíveis na campanha de vacinação, por também terem uma menor imunidade contra a infecção.

    De acordo com o médico pneumologista, Jorge Alan Souza, vacinação é considerada a melhor estratégia de prevenção contra a influenza e possui capacidade de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus, reduzindo o agravamento da doença, as internações e o número de óbitos.

    – Com a vacinação conseguimos proteger o indivíduo que se vacinou, mas, também, todos que estão a sua volta, com a chamada imunidade de rebanho, o que é muito importante porque reduz o número de internações, de casos graves e até mesmo os da doença – disse o médico.

    Categorias com indicação para vacinação

    Jorge Alan indica quais doenças fazem parte da lista indicada pelo Ministério da Saúde, como as que possibilitam a vacinação contra a gripe pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “São várias as comorbidades que há indicação, algumas foram incluídas recentemente na lista como os pacientes com doenças neurológicas e com dificuldade para deglutição”, disse.

    Doenças respiratórias

    Asma em uso de corticoide inalatório ou sistêmico (moderada ou grave);

    Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);

    Bronquiectasia;

    Fibrose cística;

    Doenças intersticiais do pulmão;

    Displasia broncopulmonar;

    Hipertensão arterial pulmonar;

    Crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade.

    Doenças cardíacas

    Doença cardíaca congênita;

    Hipertensão arterial sistêmica com comorbidade;

    Doença cardíaca isquêmica;

    Insuficiência cardíaca.

    Doenças renais

    Doença renal nos estágios 3, 4 e 5;

    Síndrome nefrótica;

    Paciente em diálise.

    Doenças hepáticas

    Atresia biliar;

    Hepatites;

    Doença hepática crônica;

    Cirrose.

    Doenças neurológicas

    Condições em que a função respiratória pode estar comprometida pela doença neurológica;

    Considerar as necessidades clínicas individuais dos pacientes incluindo: acidente vascular cerebral, indivíduos com paralisia;

    Doenças hereditárias e degenerativas do sistema nervoso ou muscular;

    Deficiência neurológica grave.

    Diabetes

    Diabetes mellitus tipo I e tipo II em uso de medicamentos.

    Imunossupressão

    Imunodeficiência congênita ou adquirida;

    Imunossupressão por doenças ou medicamentos.

    Obesidade

    Obesidade grau III grave (IMC≥40).

    Transplantados

    Órgãos sólidos;

    Medula óssea.

    Portadores de trissomias

    Síndrome de Down, Síndrome de Klinefelter, Síndrome de Warkany, entre outras.

    – Para conseguir a vacinação de forma gratuita basta levar junto na sala de vacinas um atestado médico indicando a condição clínica ou uma receita de medicamento contínuo relacionada à doença”, salientou o pneumologista.

    Esse é um dos públicos para os quais não há meta de cobertura estipulada, visto que não há população estimada para isso (denominador). O número de doses a esse grupo é calculado baseado no comparecimento nas campanhas de influenza entre 2018 e 2022. Neste ano, serão disponibilizadas 665 mil doses para este público. Ao todo, o Rio Grande do Sul contará com cerca de 5 milhões para a campanha.

    Pessoas com deficiência permanente

    Além do grupo das pessoas com comorbidade, pessoas com deficiência permanente fazem parte dos públicos prioritários para a campanha contra a influenza. São considerados nesse grupo indivíduos que apresentem uma ou mais das seguintes limitações:

    Limitação motora que cause grande dificuldade ou incapacidade para andar ou subir escadas;

    Indivíduos com grande dificuldade ou incapacidade de ouvir mesmo com uso de aparelho auditivo;

    Indivíduos com grande dificuldade ou incapacidade de enxergar mesmo com uso de óculos;

    Indivíduos com alguma deficiência intelectual permanente que limite suas atividades habituais, tais como trabalhar, ir à escola, brincar etc.

    No Rio Grande do Sul (com base em dados do IBGE), a estimativa dessa população é de 464.668 pessoas (a partir dos 12 anos). No ato da vacinação, é considerada a deficiência autodeclarada.

    A influenza e a vacina

    A influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório, de elevada transmissibilidade. Jorge Alan reforça que os casos de gripe podem variar de quadros leves a graves e podem levar ao óbito. “Uma gripe pode virar uma infecção pulmonar mais grave, virar uma alteração cardíaca, pode alterar a função renal então, por ser tão prevalente, de uma forma ou outra quem não se cuidar ou não se vacinar será prejudicado”, alerta o médico.

    As vacinas usadas na campanha nacional pelo SUS são trivalentes, contando com uma combinação de três tipos (cepas) de vírus influenza: A (H1N1), A (H3N2) e B. O esquema vacinal é em dose única, a não ser para as crianças menores de nove anos que nunca fizeram essa vacina, devendo receber duas doses com intervalo de 30 dias entre elas.

    Heloise Santi - Jornalismo Grupo Chiru
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