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Atualizado em 02/08/2019 às 07:35
19ª CRS investiga febre amarela em macaco encontrado morto em Palmitinho
Amostras do animal estão sendo analisadas em laboratório de Curitiba
A 19ª Coordenadoria Regional de Saúde (19ª CRS) investiga se a morte de um macaco-prego em Palmitinho está relacionada à febre amarela. O primata foi encontrado morto há aproximadamente 15 dias na Linha Sete de Setembro, zona rural do município.
Em entrevista ao Grupo Chiru, o médico veterinário da 19ª CRS, Mauro Dornelles, destacou que a Coordenadoria Regional de Saúde recebeu a notificação da morte do animal na primeira quinzena de julho. “A morte de primatas é um alerta de indicativo de que pode estar ocorrendo febre amarela naquela região”, afirmou Dornelles, acrescentando que amostras do animal foram coletadas e encaminhadas para análise em um dos Laboratórios do Instituto Carlos Chagas – Fiocruz, em Curitiba (PR).
Dornelles ressaltou que outras regiões do Rio Grande do Sul também registraram morte de primatas (macacos e bugios) e devido ao aumento do número de amostras a análise ainda não foi concluída.
A enfermeira da Estratégia Saúde da Família (ESF 1) de Palmitinho, Prescila Balestrin, explicou que a febre amarela é transmitida pelo mosquito silvestre e que o macaco é um sentinela, ou seja, o animal alerta para a presença da doença no município.
Os profissionais alertaram que o animal não é portador e nem transmissor da doença, e por isso, não deve ser sacrificado. Matar este tipo de animal é considerado crime ambiental.
Dornelles afirmou que se alguém encontrar animais mortos ou distantes dos grupos a que pertencem deve comunicar imediatamente a Secretaria de Saúde para que amostras possam ser coletadas e encaminhadas para análise ou os animais possam ser monitorados.
O médico veterinário disse ainda que a 19ª CRS e a Secretaria de Saúde de Palmitinho estão realizando um trabalho intenso de orientação na comunidade em que o macaco-prego foi encontrado.
CENSO VACINAL DEVE SER FEITO ATÉ FINAL DE AGOSTO
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) orienta que todos os municípios realizem até o fim de agosto um censo vacinal de febre amarela nas áreas rurais. O trabalho prevê a visitação casa a casa para o levantamento da situação vacinal dessa população e imunização das que ainda não tomaram a dose.
Em Palmitinho, este trabalho já foi realizado. A atividade ocorreu entre 10 e 18 de julho.
Prescila frisou que a imunização contra a febre amarela é realizada permanentemente na Secretaria de Saúde de Palmitinho. A vacina é aplicada todas as quintas-feiras. Ainda conforme a enfermeira, quem fez a vacina uma vez durante a vida já está imunizado contra a doença.
Atualmente, o Brasil passa pelo maior surto da doença na história. Desde 2017, São Paulo passou a apresentar casos. Na sequência, o vírus se propagou para o Paraná e, por último, Santa Catarina, sempre pela área rural. Estudos epidemiológicos e ambientais apontam que em setembro o vírus chegará ao RS, onde não são identificados casos transmitidos dentro do Estado desde 2009.
SINTOMAS
A enfermeira da ESF 1 de Palmitinho explicou que os sintomas da febre amarela são semelhantes ao da dengue. Os principais indícios da doença são febre, dor muscular, náuseas e vômitos, perda de apetite e fraqueza.