Agro
Atualizado em 29/08/2024 às 09:05
Agricultura familiar gaúcha celebra 25 anos de participação na Expointer
Diversas ações marcam a data em que a agricultura familiar passou a ter espaço na maior feira agrícola da América Latina
Uma história que começou em 1999, com apenas 30 expositores, e hoje conta com 413 empreendimentos. Neste 2024, o Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF) na Expointer, que é maior feira agricola da América Latina, completa 25 anos. E para marcar a data, várias ações serão desenvolvidas ao longo dos dias da feira que segue até 1º de setembro.
Dentre as comemorações, a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) instalou no Pavilhão da Agricultura Familiar um painel com uma linha do tempo, que conta a evolução do pavilhão ao longo dos anos, através de textos e fotografias. A criação do painel foi resultado de uma pesquisa histórica detalhada, que contou com a colaboração de membros da SDR, Fetag-RS, Emater-RS/Ascar e Fetraf, garantindo uma representação rica e precisa desses 25 anos de conquistas. O painel de 8m² ocupa uma área ao lado da cozinha show, na entrada do pavilhão.
No dia 26 de agosto, foi lançado o livro, "25 anos da Agricultura Familiar na Expointer - do desafio ao sucesso" do jornalista Adré Simas Pereira, com uma homenagem aos pioneiros da introdução da agricultura familiar no espaço da tradicional exposição. Inserido na programação que celebra o sucesso de um dos pavilhões mais atrativos do Parque de Exposições Assis Brasil, de Esteio, o livro realiza um resgate da inclusão da agricultura familiar no espaço público da Expointer, promovida pelo governo Olívio Dutra que tomou posse em 1999. Encenada em Esteio desde 1970, a exposição era administrada, até então, pelos fazendeiros e criadores de gado vinculados à Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Mesmo com promessas de boicotes, nos anos seguintes, o primeiro e modesto estante rústico da agricultura familiar, que instalou-se no ano inaugural sem pompa cerimonial, logo foi aprimorado para ser aclamado como o pavilhão mais atrativo da Expointer. Foi copiado por outras exposições estaduais e elevou-se ao patamar nacional.
Também na segunda-feira, 26, foram feitas homenagens a personalidades importantes na implantação e sucesso do pavilhão da Agricultura Familiar, dentre eles os primeiros expositores, os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro; os ex-ministros do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, Guilherme Cassel e Pepe Vargas; a equipe da Secretaria da Agricultura de 1999 - José Hoffmann (secretário); David Estival (chefe de gabinete); Ângelo Menegat (diretor-geral) e Inácio Benincá (diretor do Departamento da Agricultura Familiar) e o ex-deputado gaúcho e atual presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto. A homenagem foi simbolizada com a entrega de uma cuia com a inscrição comemorativa aos 25 anos do Pavilhão da Agricultura Familiar.
O ex-governador Olívio e sua equipe foram homenageados por ter aberto a feira para a Agricultura Familiar em 1999. Naquele ano, 30 produtores foram instalados sob uma lona. Tarso foi reconhecido pela ampliação do pavilhão e Pretto recebeu a homenagem por ter criado a lei que facilitou a comercialização de produtos de origem animal fora do município de origem, por meio do Sistema Unificado de Sanidade Agroindustrial Familiar (Susaf), também conhecido como a Lei das Agroindústrias Familiares. Antes da lei, as agroindústrias tinham suas vendas restritas ao município. Com o Susaf, essa realidade mudou e elas puderam vender os seus produtos em todo o estado.
O projeto foi apresentado por Pretto no seu primeiro mandato como deputado estadual, em 2011. No mesmo ano, a lei foi sancionada pelo então governador Tarso Genro. Hoje, são 287 estabelecimentos credenciados e 175 municípios com adesão ao Susaf. Tendo como referência o Rio Grande do Sul, outros estados já possuem a mesma legislação, como é o caso do Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso e Bahia.
O Pavilhão da Agricultura Familiar congrega agroindústrias familiares dos mais diversos ramos, representando a diversidade da produção de alimentos no Rio Grande do Sul. Apesar de ser considerado um diferencial, os empreendimentos orgânicos estarão distribuídos entre as demais agroindústrias. Há também no Pavilhão estandes de artesanato rural, e de plantas e flores, e contemplados os setores da educação rural, onde as escolas rurais têm espaço para mostrar o seu trabalho, além do Cooperativismo e Associativismo, do Turismo Rural e a Cozinha Show, que procura dar visibilidade à qualidade dos produtos presentes no Pavilhão, através do preparo de receitas e do uso desses diversificados produtos no dia a dia da culinária.