Saúde
Publicado em 24/03/2025 às 16:15
AL faz homenagem em memória as vítimas da Covid-19
Neste 24 de mrço foi celebrado o primeiro Dia Estadual em Homenagem às Vítimas da Covid-19

O Rio Grande do Sul celebrou, nesta segunda-feira, 24 de março, o primeiro Dia Estadual em Homenagem às Vítimas da Covid-19, data em que foi registrada a primeira morte pela doença no estado, em 2020. Em cerimônia, no salão Júlio de Castilhos, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pepe Vargas, entregou à Associação das Vítimas da Covid-19 (Avico-Brasil) e à Associação Vida e Justiça a medalha da 56ª Legislatura. A homenagem reconhece a atuação dessas entidades no apoio às vítimas e seus familiares.
A data foi oficialmente incluída no calendário estadual por meio da Lei 16.131/2024, de autoria do presidente do parlamento. Em seu discurso, Pepe Vargas destacou a importância de relembrar as vítimas da pandemia e reconhecer o trabalho de instituições e profissionais que atuaram na linha de frente. Ele ressaltou ainda o papel da Avico e da Associação Vida e Justiça na defesa dos direitos das vítimas e na luta por políticas públicas de saúde, em parceria com o Parlamento.
Durante a pandemia, o Brasil foi o segundo país mais afetado pelo coronavírus, registrando um alto número de mortes. No Rio Grande do Sul, cerca de 30% da população foi contaminada. “A pandemia deixou consequências sociais e econômicas ainda não totalmente avaliadas e resultou em perdas irreparáveis de vidas ao redor do mundo. Famílias, profissionais da saúde e trabalhadores de atividades essenciais foram sobrecarregados. Esse esforço precisa ser lembrado, para que se construa uma memória coletiva sobre a importância da saúde pública, da ciência e do SUS”, afirmou Pepe Vargas.
Ao longo da pandemia e no período posterior, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul tomou diversas iniciativas, incluindo a criação da Frente Parlamentar em Defesa das Vítimas da Covid-19. O deputado explicou que a instalação da Frente foi motivada, em grande parte, pelas demandas da Avico e da Associação Vida e Justiça. A Frente Parlamentar promoveu audiências públicas em diversas regiões do estado, ouviu vítimas e familiares, e elaborou recomendações à Secretaria Estadual de Saúde e ao Ministério da Saúde. Entre as recomendações, destacou-se a necessidade de destinar 12% da receita líquida do estado à área da saúde, conforme prevê a legislação.
A coordenadora nacional da Associação Vida e Justiça, Rosângela Dornelles, abordou os desafios da saúde pública no Brasil, principalmente durante e após a pandemia. Ela enfatizou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e o esforço dos profissionais da saúde para manter o atendimento, mesmo diante da escassez de recursos. “O SUS nos salvou e continua salvando vidas todos os dias”, declarou. Rosângela também criticou a falta de vacinas, insumos e estrutura adequada, além das perdas humanas significativas.
A vice-presidente da Avico Brasil, Paola Falceta, reforçou a necessidade de justiça social e do fortalecimento do sistema de saúde no Brasil. Ela apontou a ausência de uma cultura de prevenção e promoção da saúde, destacando a negligência dos gestores públicos durante a pandemia. Paola compartilhou sua experiência pessoal de perda e enfatizou a importância da reparação para as vítimas e suas famílias. “Precisamos alertar a sociedade sobre futuras crises sanitárias e climáticas. A falta de preparo dos governos resultará em mais sofrimento se não houver mudanças estruturais urgentes”, concluiu.
Prestigiaram a homenagem, a deputada estadual Stela Farias, a superintendente do Ministério da Saúde no RS, Maria Celeste Souza Silva, o representante do Conselho Nacional da Saúde, Getúlio de Moura Junior, presidente do Conselho Estadual da Saúde, Inara Rua, a coordenadora do Movimento Vacina Já, Ana Affonso e o presidente do SindiSaúde/RS, Julio Cesar Jesien.
Em seguida, os presentes participaram do painel “5 anos da Covid-19, pelo direito à memória”, no Plenarinho da ALRS, que contou ainda com a participação do professora do Instituto de Biociência da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Gonçalo Ferraz, e da pesquisadora da Universidade Federal de Pelotas, Rosane Brandão.
*Informações AL