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Atualizado em 14/11/2014 às 11:03
Alpestre promove Dia de Campo para produtores de leite
Para fomentar a atividade leiteira no município de Alpestre, a Emater/RS-Ascar, Secretaria Municipal da Agricultura e Cooper A1 promoveram um Dia de Campo sobre bovinocultura de leite. O evento aconteceu na terça-feira, dia 11, e reuniu 50 produtores de leite do município, na comunidade Santa Terezinha. A programação da manhã teve início com uma palestra ministrada pelo assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar em Sistema de Produção Animal, Valdir Sangaletti, abordando a temática da gestão na unidade de produção. “Administração rural é conduzir e operar de forma eficiente e eficaz uma unidade de produção. É administrar os fatores de produção, como terra e mão de obra, capital, informação e conhecimento com tecnologia, fazendo as coisas certas, do jeito certo”, afirmou. Segundo ele, fatores como diagnóstico, inventário, organização, planejamento, controle e análise são imprescindíveis para uma boa gestão da propriedade rural. Na sequência, o assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar em Recursos Naturais, Carlos Roberto Olczevski, falou sobre o controle biológico de pragas das pastagens, com a utilização de seres vivos, como bactérias, vírus, fungos e insetos. O evento contou com a participação do secretário da Agricultura de Alpestre, Jacson Rodrigues França, e do prefeito, Alfredo de Moura e Silva. “Estes encontros são muito importantes, pois proporcionam conhecimentos que os agricultores podem aplicar nas suas propriedades, para melhorar cada vez mais e desenvolver sua atividade”, destacou o prefeito. Propriedade exemplo na atividade leiteira A propriedade da família Pudlo, escolhida como modelo na atividade leiteira, recebeu os agricultores na tarde de terça-feira. Os jovens agricultores Renato e Diego Pudlo apresentaram a propriedade da família aos visitantes, contando os desafios e conquistas obtidos na atividade leiteira. Com uma área própria de 32 hectares, mais cinco hectares arrendados, os jovens, com a ajuda da mãe, Maria Pudlo, e da esposa de Renato, Roberta Pudlo, contam com uma produção de cinco hectares de milho para silagem, cinco hectares de citricultura, produzindo uma média anual de 70 toneladas de laranja, sete mil metros quadrados destinados à piscicultura, produção de ovinocultura, além de suínos e aves para subsistência. A família sempre produziu fumo, mas em decorrência da iniciação na atividade leiteira, em 2009, as áreas destinadas à produção de tabaco vêm reduzindo gradativamente. Os dois jovens têm formação superior em Tecnólogo em Agropecuária e Renato é também pós-graduado. Desde 2009, a principal atividade da família é o leite. Contando com a mão de obra familiar, os jovens decidiram deixar a produção de grãos e investir na bovinocultura de leite. “Primeiro a gente tinha produção de grãos, mas por conta de muitas secas consecutivas, falta de crédito, decidimos apostar no leite, que nos proporciona uma renda mensal, conseguimos diversificar a propriedade e estamos substituindo o fumo”, contou Renato. Com um sistema de produção completamente à base de pasto, suplemento e silagem, a propriedade conta com 7,5 hectares de pastagem perene, 126 piquetes, com 42 pontos de água, no verão. Hoje, são 26 vacas em lactação, produzindo uma média de 12,6 mil litros de leite por mês. Além disso, a propriedade possui 11 novilhas e nove terneiras. A mão de obra familiar é um dos fatores importantes para o sucesso da atividade leiteira. “Aqui todos trabalham em conjunto. Meu irmão cuida das pastagens, eu cuido da sanidade dos animais, minha esposa da ordenha e a mãe, da alimentação nos coches e da criação das terneiras. Não se trabalha com vaca de leite sozinho. Se você não tiver ajuda da família, não dá certo”, exclamou o jovem. Para Renato, a bovinocultura de leite é uma excelente atividade para a pequena propriedade, mas requer conhecimento e dedicação. “É preciso ter qualificação e é necessário planejamento, buscar novas tecnologias. Pela área que nós dispomos não existe outra atividade tão rentável quanto o leite”, declarou. Aproveitando a propriedade da família Pudlo, três diferentes estações foram montadas para explicar o manejo de pastagem, bem-estar animal e complementação alimentar. O técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar de Iraí, juntamente com representante da Cooper A1, apresentou a estação sobre conforto térmico para os animais, destacando alternativas para amenizar os efeitos das altas temperaturas no animais e mantê-los com alta produtividade. Pelas altas temperaturas da região no verão, que chegam a 40°C, o consumo de água pelos animais aumenta de 20 a 50%. Proporcionar espaços com sombra e disponibilizar bebedouros com água nos piquetes são condições necessárias para os animais fazer um bom pastejo e manter sua produtividade. A falta de água, por exemplo, interfere na produção, ingestão de alimentos, doenças, entre outras consequências. Segundo o técnico da Emater/RS-Ascar, 87% da composição do leite é água. “Além disso, a vaca pasta no verão 60% à noite, 30% de manhã e 10% à tarde. Deixar as vacas nos piquetes à noite é uma boa solução no verão”, explicou Mário. A estação sobre manejo de pastagens ficou a cargo do assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar em Sistema de Produção Vegetal, Edison Dornelles, e do supervisor, Jacinto Tamiozzo. O crescimento e o desenvolvimento das plantas foram os temas abordados pelos extensionistas, salientando as especificações de cada variedade de pasto quanto à altura de corte para o rebrote correto. A médica veterinária da Cooper A1, Jaqueline Alves, trabalhou a complementação alimentar na eficiência produtiva. De acordo com Jaqueline, três fatores devem ser observados, a genética, o manejo e a nutrição. “A genética é um fator importante, mas que leva mais tempo para dar resultados. O manejo e, em especial, a nutrição são fatores que proporcionam resultados imediatos na atividade leiteira”, exclamou. Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar – Regional de Frederico Westphalen Poliana Grudka- Jornalismo Grupo Chiru Comunicações