Apenados de Iraí produziram conjuntos de mesa e cadeiras para atingidos pelas enchentes

A corrente de solidariedade que invadiu o Rio Grande do Sul está presente em todos os locais e não poderia ser diferente no Presídio Estadual de Iraí, onde desde os primeiros dias pós enchentes se começou a fabricação de rodos de madeira para limpeza das casas, na sequencia veio a demanda por camas e por último foram confeccionadas mesas e cadeiras.

De acordo com a administradora adjunta na unidade prisional, Tamara Vanzin, primeiramente foram produzidos 140 rodos; 145 entre camas de casal, solteiro, berço e beliche; oito aparadores, e um rack para televisor. “Quando estávamos no final da produção das camas, sugerimos aos internos, que trabalham na produção, que se tivesse a possibilidade fosse feito algumas mesas que mandaríamos juntos. Eles confeccionaram e aí mandamos elas junto com as camas para o Fábio Kuwiatz entregar e foram muito bem aceitas”, comentou ela.

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A partir dessa iniciativa, o projeto ganhou mais adeptos. “O pessoal do Rotary viu as mesas no centro de arrecadação de Frederico Westphalen, gostou da iniciava e decidiu apoiar, nos doaram R$ 10 mil em madeiras para que a gente produzisse 40 kits de mesas com quatro lugares para serem doadas as vítimas da enchente”, continuou Tamara.

No decorrer dos trabalhos mais adeptos foram se somando e a marcenaria da casa prisional de Iraí recebeu a doações de ferramentas entre elas uma furadeira, doada pelo Interact de Frederico Westphalen e uma lixadeira treme-treme. “Essas duas ferramentas ajudaram muito na produção das mesas, pois foi possível fazer um acabamento mais cuidadoso. Hoje as mesas produzidas são todas pintadas em verniz, garantindo assim maior durabilidade, além de ficar mais bonita esteticamente”, disse a administradora adjunta.

Com todo o material utilizado proveniente de doações os apenados do Presidio Estadual de Iraí conseguiram ajudar dezenas de famílias das regiões dos vales e região metropolitana.

Em nome da instituição Tamara aproveita para agradecer todas as pessoas e empresas que colaboraram com a iniciativa. “Além de agradecer, gostaria de reafirmar que a Polícia Penal do Estado do Rio Grande do Sul está à disposição da comunidade, seja realizando a segurança e custódia das unidades prisionais, seja utilizando a mão de obra prisional em prol da comunidade. Ao mesmo tempo, salientamos que o trabalho prisional é um dos pilares na ressocialização desses indivíduos, sendo essa uma das missões da Instituição” completou.

Sem um número exato, ainda, de itens confeccionados na casa prisional o que podemos afirmar é que foram mais de 500 itens confeccionados com mão de obra dos apenados e distribuídos para as famílias que perderam seus bens com as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul no fim de abril e inicio de maio.