Segurança
Atualizado em 17/02/2021 às 21:11
Caso Camila: Jonatan Klauck vai a júri por homicídio sextuplamente qualificado
Defesa garante que não vai recorrer da sentença de pronuncia e afirma que provará a inocência do ex-companheiro da vítima durante o julgamento
A justiça de Frederico Westphalen proferiu a sentença de pronuncia de Jonatan Klauck, ex-marido e, acusado pelo homicídio de Camila Centenaro, ocorrido em 27 de setembro de 2019, ainda no fim do mês de janeiro. Isso significa que o réu vai a júri popular, ainda sem data marcada.
Na sentença, o judiciário acolheu todas as qualificadoras indicadas pelo Ministério Público (MP), na pessoa do promotor Denis Gustavo Gitrone, considerando que Klauck será julgado por homicídio sextuplamente qualificado. “O magistrado diz que há indicativo de que ele cometeu o crime, quem vai dizer se realmente foi ele é o conselho de sentença, no dia do Juri”, destacou o promotor antes de explicar as qualificadoras.
De acordo com Gitone, dentre as qualificadoras meio cruel, dissimulação, recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio e duas são por motivo torpe. “O primeiro motivo torpe é a motivação financeira, sabemos que eles estavam em processo de separação e ele não queria dividir os bens, o motivo torpe numero dois é pelo sentimento de posse que ele nutria pela vítima; a terceira qualificadora é o meio cruel, uma vez que o acusado, além das pancadas, ateou fogo no corpo da vítima; a quarta qualificadora é por dissimulação, ele atraiu a vítima mediante promessa de que alcançaria dinheiro; a quinta qualificadora é o recurso que dificultou a defesa da vítima, ela foi atacada quando não esperava e, a sexta qualificadora é o que conhecemos como feminicídio, porque foi crime cometido contra a vida da mulher. E temos um vasto acervo probatório que comprova isso”, comentou.
O que diz a defesa
Mesmo com as seis qualificadoras e a possibilidade de recorrer o advogado de Jonatan, Demetrys Grapiglia, afirma que não é a intensão da defesa postergar mais o julgamento. “A sentença de pronuncia não é a sentença final, acredito cegamente na inocência do Jonatan. A única coisa que me interessa no dia do júri é a absolvição. Toda a prova dos autos demonstra que não houve a participação do Jonatan na morte da Camila, o que aconteceu lá foi um acidente, uma fatalidade. O Jonatan já está preso, pagando injustamente por um crime que não cometeu”, salientou.
Dentre as provas e teses que o advogado deverá apresentar está um laudo do veículo que garante que o fogo iniciou no compartimento do motor, que houve uma colisão antes do sinistro e que, tanto a lesão que Camila apresentava no baço quando as equimoses no braço esquerdo podem ter sido provocadas durante o acidente e o socorro da vítima, uma vez que o laudo médico comprova que a vitima teria morrido no local do acidente, na Linha Peretto, interior de Vista Alegre.
O júri ainda não tem data marcada, mas o advogado de defesa reafirma que é a expectativa dele e do cliente que seja marcada logo a data. “Queremos que o Jonatan possa retomar sua vida e criar sua filha Alice, fruto do relacionamento dele com a Camila, como é a vontade dele”, disse.
Em se confirmado a o não pedido de recurso o juiz da primeira vara organizar a pauta e agendar a sessão plenária, onde o conselho de sentença, também conhecido como júri popular, irá ouvir as partes, defesa e acusação e definir a culpa ou não de Janatan Klauck no homicídio de Camila Centenaro. Se condenado ele poderá pegar de 12 a 30 anos de prisão.