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  • Caso Rafael Mateus: “Ele morreu dormindo, na cama dele, pelas mãos da mãe” diz promotora

    MP ofereceu nesta sexta-feira, 10, denúncia contra Alexandra por homicídio doloso e outros três crimes

    Homicídio doloso, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual foram os crimes cometidos por Alexandra Dougokenski, mãe do menino Rafael Mateus Winques, 11 anos, morto em 15 de maio no município de Planalto. Ela teria confessado o crime, afirmando ter usado a corda para estrangular o filho, no dia 27 de junho, em depoimento à Polícia Civil, essa seria a sua segunda versão para o crime.

    O teor da denúncia feita pelo Ministério Público foi divulgado em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 10, após a documentação ter sido entregue ao judiciário, por volta das 13h30.

    De acordo com a promotora de Justiça de Planalto, Michele Dumke Kufner, somando as penas para os quatro delitos, a mínima seria de 14 anos e seis meses e a máxima 42 anos com a inserção de todas as qualificadoras. “Ele morreu dormindo, na cama dele, através da mãe que o estrangulou. Nós temos muita tranquilidade e segurança em apresentar a denúncia nesses termos, neste dia, porque todo o trabalho investigativo foi muito aprofundado e todos os elementos de investigação foram aprofundados”, disse.

    Os crimes

    Homicídio doloso

    Alexandra responderá por homicídio doloso, quando há a intensão de matar, qualificado por motivo torpe, motivo fútil, asfixia e dissimulação e recurso que impossibilitou a defesa da vítima." A nossa conclusão é que o Rafael estava desacordado no nomomento em que foi morto pela mãe, justamente pelo que eu mencionei antes. Porque se estivesse acordado teria esboçado algum tipo de reação,na perícia nada foi constatado. O normal se tem algo que te sufoca é que você tente sair disso. Não nós parece crível, que uma criança não chamaria por socorro ao ver a mãe passando a corda em seu pescoço", reforçou Michele.

    O crime ainda tem como agravante de ter sido cometido contra menor de 14 anos e contra descendente.

    Ocultação de cadáver

    No crime de ocultação e cadáver o MP indicou como agravante o crime ter sido praticado para assegurar a impunidade do crime anteriormente praticado, o homicídio, e por ter sido praticado contra criança e descendente.

    Falsidade ideológica

    No crime de falsidade ideológica novamente o MP indica como agravante ter sido praticado para assegurar a impunidade do crime de homicídio, fazendo um registro falso de desaparecimento na Polícia para evitar que a culpa do crime recaia sobre si.

    Fraude processual

    O crime de fraude processual não tem agravante nem qualificadoras. Mas foi cometido no momento em que Alexandra frauda um calendário em que o Rafael teria feito uma marcação no dia 14, último dia em que ele foi visto com vida. “Ela dá o indicativo de que o Rafael teria marcado o dia 14 como um dia de provável fuga. Isso demonstra que ela tentou inovar durante a investigação trazendo esse elemento, não verídico, com o intuito de atrapalhar o trabalho da polícia”, destacou a promotora.

    Sobre a carta escrita por Alexandra

    O MP descarta totalmente a última versão de Alexandra, descrita em uma carta, onde ela indica dois responsáveis pelo crime. “Eu volto a reforçar esse aspecto de personalidade da Alexandra que mesmo diante de um crime tão bárbaro e impactante, a morte do filho, ela ainda consegue pensar só nela, porque quer encontrar uma forma de não ser responsabilizada pelo crime que cometeu”, sustenta Michele.

    A promotora reforçou ainda, que essa versão onde ela acusa Rodrigo Winques, pai de Rafael e um terceiro, já havia sido apresentada por ela no dia da reconstituição, em conversa com o namorado e o filho. A Polícia tinha a autorização para gravar a conversa, por isso tem conhecimento dessa versão, no entanto ela teria negado o uso do medicamento, que ficou comprovado pela perícia.

    – Essa história é refutada de várias formas. Foram feitas diligencias muito aprofundadas, dentre elas dados telefônicos, antenas de rádio e todas indicam que o pai estava na região de Bento Gonçalves nos dias que antecedem o crime. Depoimentos do proprietário da casa que ele aluga e da irmã que mora junto também confirmam – completa a promotora.

    Próximos passos

    A denúncia foi entregue ao judiciário nesta sexta-feira, 10, que deve ser acolhida pelo mesmo para posterior citação da acusada. Presa temporariamente, desde o dia 25 de maio, Alexandra deverá ser presa, a partir de agora, preventivamente.

    Vídeo: Conteúdo completo da coletiva

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