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Publicado em 12/04/2024 às 12:06
Construção do memorial às vítimas da Boate Kiss começa nos próximos dias
Ad ministração de Santa Maria deve assinar a ordem de início das obras antes do dia 10 de maio
A construção do Memorial às Vítimas da Boate Kiss, em Santa Maria, inicia nos próximos dias, a partir da demolição do prédio da Boate Kiss, a previsão máxima para início das obras é 10 de maio. A definição ocorreu após a escolha, por parte da prefeitura, da empresa que irá realizar a obra esta semana. O espaço será uma homenagem aos 242 mortos e aos 632 feridos por causa do incêndio que ocorreu em 27 de janeiro de 2013 na casa noturna na Rua dos Andradas. A previsão inicial é que o memorial seja inaugurado até janeiro de 2025, data que marca os 12 anos da tragédia no município.
Idealizadores do projeto não tratam a etapa inicial dos serviços como demolição, pela dissonância com o propósito da ação. A atividade começará pela remoção de materiais que não fazem parte da proposta de preservação. Fachada do prédio, bem como itens remanescentes da composição visual da danceteria, estão sendo inventariados para integrar o acervo permanente da instituição. A intenção dos idealizadores é constituir um ambiente de preservação da história, reflexão, oração e educação para o futuro.
A ideia é que o local, além de um tributo a todos que foram atingidos pelo incêndio, sirva como uma lembrança sobre a importância da cultura da prevenção para mitigar as chances de situações semelhantes ocorrerem novamente.
O projeto
O memorial terá uma área de 383,65 metros quadrados e será contemplado com um jardim naturalista circular com flores e um auditório. E, em sua volta terá 242 pilares de madeira - cada uma com o nome da vítima da tragédia. Além disso, terá um escritório que será a sede da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). Também contará com sala multiuso, auditório, banheiros masculinos e femininos, auditório e varanda.
A iniciativa será no valor de R$ 4,870 milhões. A fatia mais substancial, de aproximadamente R$ 4 milhões, tem origem no fundo constituído para reparação dos danos coletivos e foi transferida pelo Ministério Público para a prefeitura, gestora institucional do projeto. O restante será aportado pela administração municipal.
— Se houver a necessidade de aportar valores, a prefeitura o fará. A conclusão deste projeto é muito importante para as pessoas atingidas pela tragédia e também para a história de Santa Maria. O recurso está assegurado — pontua o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom.
O gestor indica que a existência de um memorial representa o cumprimento de um compromisso com a comunidade santa-mariense. Diz considerar que se trata também de uma ampla demonstração de responsabilidade da sociedade gaúcha com a memória das vítimas e com a diligência por um novo olhar sobre a atenção acerca da prevenção de riscos e da proteção de vidas.
Materias preservados
Antes da confirmação acerca da possibilidade de preservação de parte do prédio, edificações remanescentes serão submetidas a análises estruturais para indicação sobre a viabilidade e a segurança da utilização de tais construções. A principal estrutura a ser examinada, explica Paulo Silveira, administrador da Infa Incorporadora, empresa executora do projeto, é a parede da fachada da Kiss.
— Existe o pedido expresso da associação para a preservação da fachada e esta solicitação será atendida, com a manutenção dos materiais ou pela substituição na mesma forma da original. A decisão depende da avaliação de segurança que ocorrerá como um dos primeiros passos da obra — conta o empresário.
O executivo da construtora aponta, ainda, a necessidade de averiguação sobre os danos e o desgaste nos diferentes materiais que compuseram as diferentes etapas de construção e ampliação do prédio onde funcionou a boate.
*Com informações Jornal do Comério e GZH