Arquivo
Atualizado em 13/01/2018 às 09:29
Crime virtual - Hackers invadem sistema de prefeitura do interior gaúcho e pedem resgate em bitcoin
A Polícia Civil investiga o primeiro caso de pedido de resgate em bitcoin (moeda virtual) no Rio Grande do Sul. Criminosos invadiram o sistema da Prefeitura da Joia, no Noroeste do Estado, e pediram 4 mil dólares em bitcoin para liberarem os arquivos do Executivo municipal. Apesar do crime ter ocorrido na madrugada da última segunda-feira, setores como o de Pessoal e de Contas seguiam fora do ar até a tarde de ontem, sexta feira dia 12. .Também não era possível acessar o site da prefeitura. O Deic, em Porto Alegre, investiga o crime. De acordo com Jackson Pinheiro, do setor de Contabilidade da prefeitura, o crime ocorreu pouco depois da meia-noite. Às 8h, quando os funcionários chegaram para o trabalho, não conseguiram acessar os servidores de toda a administração local. Pinheiro disse que em um primeiro momento os técnicos da prefeitura pensaram que fosse queda de energia, pois a cidade tem enfrentado constantes problemas nesse setor. “Porém, o sistema continuou paralisado durante toda a segunda-feira”, lembrou Pinheiro. “Chegamos a tentar acessar todos os arquivos e nada deu certo. Apenas o que salvamos na "nuvem", antes da meia-noite, conseguimos acessar e reinstalar para trabalhar minimamente”. Assim, férias de funcionários, empenhos e pagamentos ficaram prejudicados. Ao acessar o que estava na "nuvem", os técnicos constataram que o sistema havia sido invadido. Segundo Pinheiro, quanto mais os funcionários acessavam os arquivos, mais bloqueado ficava o servidor. Em uma das memórias, os criminosos deixaram um e-mail. Um funcionário abriu e viu que tinha um endereço eletrônico para fazer contato. “Enviamos um e-mail e recebemos como resposta que deveríamos enviar 4 mil dólares em bitcoins para que eles liberassem os nossos arquivos”, contou. “Inclusive, eles propuseram que mandássemos um arquivo qualquer para eles desbloquearem, provando que estavam falando sério”, disse Pinheiro, ressaltando que a prefeitura não pagará a quantia, pois ela é exorbitante, além de ser um caso à margem da lei. Nesta sexta-feira, a prefeitura estava trabalhando de forma precária. O site ainda estava fora do ar. Segundo Pinheiro, se certos arquivos não forem recuperados, ficará muito difícil o trabalho administrativo, pois documentos terão que ser procurados manualmente. O caso foi registrado na Polícia local que repassou o caso para Porto Alegre. O pedido de resgate em bitcoin se deve ao fato desta modalidade não poder ser rastreada. Jornalismo do Grupo Chirú. Correio do Povo.