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Atualizado em 28/05/2015 às 01:49
[CRÔNICA ESPORTIVA] A feira dos escanteios
Parecia um brechó da 25 de março, só que localizado em outro lugar da cidade, e vendendo outro tipo de produto. Era escanteio pra tudo que é gosto. Tinha curto, mais longo, daqueles de parar o trânsito (torcida), uns mais feios e outros perfeitos para uma noite histórica. A noite se resume basicamente nisso. Claro que para chegar nos tiros de canto, o Inter produziu e foi em número bastante elevado. Não dá pra comparar o primeiro tempo com o segundo. Digamos que tudo estava desorganizado na primeira etapa e se arrumou com a vinda do intervalo. O jogo começa em... escanteio. A zaga colombiana ainda não havia amarrado as chuteiras e aí tomou o balaço. 1 a 0. Cheiro de goleada? Que nada! O Inter perdia a bola para si mesmo. Enquanto isso, os vermelhos, de branco, batiam incessantemente e obrigavam o árbitro a ajustar as lentes a cada pouco. Um cartão ali, outro aqui e tudo foi se controlando. Mas os 45 minutos iniciais preocupavam muito. Graças ao plantel qualificadíssimo, O Inter nem tenha sentido a perda de Sasha. Era uma tática do Santa Fé? Bater e tirar jogadores importantes do jogo? Bom, pareceu, mas o colorado foi mais forte do que isso, só que com a bola no pé estava difícil de acertar. Segundo tempo, vida nova e o show de bolas alçadas continuava. Era coisa linda. Quem ficou atrás do gol dos colombianos deve procurar um médico para resolver o problema de torcicolo, de tanto virar a cabeça para os lados. E o Santa Fé? Pau e pau. Um chute aqui, uma porrada ali, e os cartões amarelos começaram a mudar de cor. Sobrou até um pedido cordial para Diego Aguirre. - Se retire - Disse o juiz do jogo. Mas o Inter não se importava muito. Era uma máquina de produzir no ataque, enquanto Alisson desfrutava de uma folga merecida debaixo dos paus. Bola na área e a zaga afastava. Goleiro tirando, e lá se ia bola em escanteio outra vez. D'Alessandro compartilhou com Alex a responsabilidade de meter bolas na área, mas até sobrou uma em que Valdívia quis experimentar e olha que quase enfiou uma bucha. Estava ficando tarde. D'Ale, o principal jogador colorado da noite, não cansava de idealizar as jogadas, que em sua maioria acabavam no quarto de círculo. Até que entrou Rafael Moura. Conhecido por salvar a pele do árbitro que quase apanhou do Figueirense no Brasileirão passado, desta vez teria de se intrometer novamente para ajudar o pobre homem de amarelo?! Quase. Pois de todos os escanteios, o destino reservou um que sequer existiu para que he-man completasse de cabeça e fizesse o beira-rio ficar às luzes "naturais" do torcedor. Terminou assim. O Inter foi infinitamente melhor, mas contou com a sorte e o segundo erro de arbitragem da noite. No primeiro, Carrillo pôde se recompor, aplicando a punição que não havia feito ao jogador Mosquera, em lance anterior. Mas o segundo foi fatal. Fatal para o trabalho da arbitragem, que foi bom, mas acabou interferindo no resultado; fatal para os boxeadores colombianos; fatal para a preocupação colorada. Sim, pois ela morreu e o Inter está vivo. Eduardo Nervis Krais