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  • [CRÔNICA ESPORTIVA] O Carnaval de Erechim

    Fiz questão de me dirigir até os estúdios da Chiru para reclamar com a chefia de esportes da emissora. Sim, pois o combinado era que eu narrasse uma partida de futebol, mas me escalaram para cobrir um baile carnavalesco lá pras bandas de Erechim. E não estou de brincadeira. Jogo se faz em 90 minutos e se um não quer, dois não praticam. A hora de refazer o planejamento era essa. O confronto contra o Ypiranga não nos trazia esperança de vitória, mas talvez de um time mais aguerrido e organizado. No início do samba, até que me surpreendi. Vi um União jogar de igual pra igual, um capitão que brigava com o time e cobrava da arbitragem. Eu também vi Régis apoiar com qualidade e Adílson levar perigo ao gol do adversário. Oh céus! Quem dera se o leãozinho não se assustasse com os entreveros da vida. Depois de meter bola no poste e fazer Carlão trabalhar, padecemos. Em uma oportunidade clara, a equipe da casa não deixou para depois. Gol de Preto. E que jogador espetacular. Ele ainda iria tornar a vida do União em uma melancolia só. Os problemas começaram. Caiu por terra o ímpeto dos estreantes. Bandeira assinou seu atestado de óbito ao insistir em colocar Ronaldinho na esquerda. O jogador já havia dito que até atuaria ali, mas não garantiria qualidade. E assim foi, facilmente envolvido pelo garoto Saldanha. Porém, na primeira etapa, a situação foi controlada com o auxílio de Jovani. Eu disse CONTROLADA, mas não resolvida. Adílson começou a errar passes facílimos, coisa de 3 metros. E quando à longa distância, lançava a bola para Josiel: um cachorrinho entre dois postes, e nada pode fazer. E o Carnaval se apresentou no Colosso da Lagoa. O União assumiu sua costumeira postura e preferiu ficar no vestiário mesmo. Não voltou para o 2º tempo. E ao não voltar, esqueceu que ali do outro lado existia um velho folião, experiente e babando por mais uns 3, 4 anos de carreira. Paulo Baier, um fenômeno. Não existem adjetivos para expressar o quanto esta figura é importante para o futebol brasileiro. E me interessa saber por quê raios ele não está em um time maior. Deve ser pela humildade e por aceitar não ter mais o mesmo fôlego... O QUÊ?! Esta foi a frase mais cômica da crônica. Pela primeira vez, brinquei. O cara jogaria mais uma partida inteira e lhe sobraria tempo para cuidar da mulher amada. Ele foi o tenor da orquestra magnífica que o Ypiranga montou contra o pobre União. 5 a 0, fora os "ameaços". Mas o jogo serviu de lição. Lição para a diretoria, que já se prepara para tomar atitudes drásticas e para aqueles que ainda terão a oportunidade de permanecer no grupo. A equipe não pode depender de 11 jogadores, mas precisa de pelo menos 15 guerreiros. A humilhação é o remédio para o descaso e o primeiro passo para a nova caminhada. Mas que essa vida nova venha logo, antes da volta do Salvador, pois senão o inferno é logo ali e o purgatório já é uma realidade.   Eduardo Krais/ Grupo Chiru Comunicações

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