Desafio para agricultura familiar, sucessão rural é debatida em Rodeio Bonito

Com o intuito de afirmar seu compromisso com o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, a Emater/RS-Ascar, através do escritório regional de Frederico Westphalen, promoveu um espaço de debate sobre os desafios da agricultura familiar, com destaque para a sucessão rural. Um público de mais de 600 pessoas, entre jovens e representantes de entidades ligadas ao campo, dos 42 municípios da região do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea, participaram na quinta-feira, dia 14, do 1º Seminário Regional de Jovens Rurais, no CTG Gaudérios do Rodeio, em Rodeio Bonito. Para traçar alternativas que viabilizem a permanência do jovem no meio rural, com renda e qualidade de vida, a programação foi pensada para que jovens reflitam sobre seu futuro e para que as entidades do setor desenvolvam ações para travar o êxodo rural. Iniciando esse debate com abordagem sobre os jovens rurais e as políticas públicas, a coordenadora geral de Políticas Transversais da Secretaria Nacional de Juventude, Elisa Guaraná de Castro, apresentou informações necessárias para a discussão proposta. Segundo ela, são os jovens os responsáveis por grande parte do êxodo rural no Brasil. Dos 53 milhões de jovens no Brasil, oito milhões estão no meio rural, o que representa um para cada seis em todo o país. Os jovens entre 15 e 29 anos representam 27% de toda a população rural do Brasil. Como proposta para fortalecer a autonomia econômica e social da juventude rural, incentivando a sucessão familiar, ações como formação agroecológica e para o desenvolvimento sustentável, geração de renda e ampliação do acesso a programas e políticas públicas e direitos já estão em desenvolvimento. “A velocidade dessa transição, com o advento das novas tecnologias, também chega à agricultura familiar e à juventude rural. O avanço é rápido nos setores da tecnologia, economia e políticas públicas, mas a mudança cultural é mais lenta, o que atrapalha no processo de sucessão familiar, sendo assim a parte mais difícil de enfrentar”, afirmou o presidente da Emater/RS, Lino De David. Para ele, a sucessão familiar se sustenta em um tripé: família, sociedade e Estado (políticas públicas). O presidente da Emater/RS afirmou ainda que o jovem do futuro precisará de conhecimento e tecnologia. “Ele se qualificará - sairá do campo para estudar -, mas voltará para atuar na gestão da propriedade e, principalmente, planejar o beneficiamento da produção com a criação de agroindústrias”, concluiu. Para estreitar as informações apresentadas, foram debatidos alguns questionamentos feitos pelos jovens. A assistente técnica estadual responsável pela área de juventude rural da Emater/RS-Ascar, Vera Carvalho, coordenou a discussão. As perguntas permeavam a educação rural, linhas de crédito para jovens, cultura e lazer no campo e infraestrutura que permita a permanência no meio rural. O debate continuou com a palestrante Rosani Spavanello, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que apresentou o cenário em que se encontram os jovens hoje, com a valorização do meio rural, presença de tecnologias para diminuição da penosidade do trabalho no campo, entre outras perspectivas positivas. “O cenário é promissor, bastante distinto do que era o cenário das gerações passadas. Mas ainda assim, não tem sido atrativo para os jovens permanecer no meio rural”, explicou Rosani. Para ela, falta ainda reconhecimento da família, remuneração adequada e autonomia no trabalho e na gestão. Participaram do encontro o prefeito de Rodeio Bonito, Nilson Luis Dal Cortivo, o presidente da Câmara de Vereadores, Jucemar Ciprandi, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Romildo André de Mello, o coordenador estadual de Juventude, José Fagundes, e os gerentes do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Leonir Bonavigo e Ana Claudia Zanatta Pedon. Texto: Assessoria Emater/RS-Ascar     Poliana Grudka- Jornalismo Grupo Chiru Comunicações