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Atualizado em 25/09/2014 às 20:20
Ebola em Palmeira das Missões
Palmeira das Missões, no noroeste do Rio Grande do Sul, foi dormir na noite desta quarta-feira atormentada com uma incerteza. À tarde, o Hospital de Caridade, o maior do município, havia fechado parte do setor ambulatorial para desinfecção após o atendimento de uma intercambista vinda da Nigéria — país africano que contabiliza 20 casos de ebola, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde. Estaria o vírus circulando pelo município? Não era o caso: na manhã desta quinta, o ambulatório já estava atendendo todas as categorias de emergência. Mas o diretor do hospital, Marcio Slaviero, teve de se reunir com a imprensa local para esclarecer que não havia motivos para pânico — exames descartaram a hipótese de ebola. A notícia do fechamento voou pela cidade e deixou muita gente tensa. O Hospital está atendendo normalmente. SINTOMAS No início, os sintomas não são específicos, o que dificulta o diagnóstico. A doença é frequentemente caracterizada pelo início repentino de febre, fraqueza, dor muscular, dores de cabeça e inflamação na garganta. Isso é seguido por vômitos, diarreia, coceiras, deficiência nas funções hepáticas e renais e, em alguns casos, sangramento interno e externo. Os sintomas podem aparecer de dois a 21 dias após a exposição ao vírus. Alguns pacientes podem ainda apresentar erupções cutâneas, olhos avermelhados, soluços, dores no peito e dificuldade para respirar e engolir. DIAGNÓSTICO Diagnosticar o Ebola é difícil porque os primeiros sintomas, como olhos avermelhados e erupções cutâneas, são comuns. Infecções por Ebola só podem ser diagnosticadas definitivamente em laboratório, após a realização de cinco diferentes testes. Esses testes são de grande risco biológico e devem ser conduzidos sob condições de máxima contenção. O número de transmissões de humano para humano ocorreu devido à falta de vestimentas de proteção. “Agentes de saúde estão, particularmente, suscetíveis a contraírem o vírus, então, durante o tratamento dos pacientes, uma das nossas principais prioridades é treinar a equipe de saúde para reduzir o risco de contaminação pela doença enquanto estão cuidando de pessoas infectadas”, afirma Henry Gray, coordenador de emergência de MSF durante um surto de Ebola em Uganda em 2012. “Nós temos que adotar procedimentos de segurança extremamente rigorosos para garantir que nenhum agente de saúde seja exposto ao vírus, seja por meio de material contaminado por pacientes ou lixo médico infectado com Ebola”. Informações: ZH