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  • Facção que atuava coagindo policias militares em Ronda Alta é alvo de operação do Gaeco

    Segundo o Ministério Público, integrantes do grupo faziam falsas denúncias a policiais militares que atuavam na repressão da organização criminosa. Facção é investigada por tráfico e homicídios.

    Uma organização criminosa com atuação nos municípios da região de Ronda Alta foi alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) nesta terça-feira, 3 de dezembro. A facção é responsável por tráfico de drogas, porte e posse de armas de fogo, homicídios, denunciação caluniosa e lavagem de dinheiro na região.

    Conforme o MP, o grupo atuava coagindo os policias militares que faziam a repressão à organização criminosa. Pessoas ligadas à facção faziam falsos comunicados de delitos e infrações disciplinares contra policiais militares de Ronda Alta que atuavam justamente no combate aos criminosos. Os policiais e seus familiares também sofriam ameaças do grupo.

    A operação recebeu o nome de Centauro. Foram cumpridos 14 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão em Ronda Alta, Passo Fundo, Palmeira das Missões e Sarandi. A Justiça ainda autorizou o bloqueio de 25 contas bancárias, incluindo de laranjas. Uma destas contas, em apenas quatro meses entre os anos de 2022 e 2023, movimentou R$ 1,9 milhão

    Investigação começou com falsas denúncias a policiais

    A investigação teve início com uma comunicação de ocorrência e pedido de providências encaminhados ao GAECO pela Corregedoria-Geral da Brigada Militar pelo fato de que PMs estavam sendo coagidos. O objetivo era prejudicar ações ostensivas, principalmente em pontos de tráfico que a facção mantém na região de Ronda Alta. Segundo o MP, pelo menos dois policiais militares foram coagidos com as falsas comunicações de delitos e infrações que levaram a instauração de processos disciplinares de atos que não ocorreram.

    Já em em relação ao tráfico em si, a facção, vinculada a uma das maiores organizações criminosas do Estado, é comandada de dentro de presídios e se divide em vários núcleos. Um dos líderes é responsável por gerenciar diversos estabelecimentos comerciais usados como pontos de venda de entorpecentes, aponta o MP.

    O grupo criminoso ainda tem um dos núcleos como responsável pela movimentação financeira, lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Segundo o promotor Manoel Antunes, uma das práticas é a movimentação fragmentada de valores. Desta forma, depois de passar por várias pessoas físicas ou jurídicas, o dinheiro chega à cúpula da facção.

    Ao todo, 32 pessoas foram investigadas, das quais 25 delas tiveram as contas bancárias bloqueadas, sendo que a Justiça deferiu o sequestro de até R$ 2 milhões de cada uma das contas. Além disso, dos 14 investigados com prisão decretada, nove seguiam no sistema prisional cometendo os crimes apurados na Operação Centauro.

    *Com informações do MPRS

     

     

    João Victor Cassol - Jornalismo Grupo Chiru
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