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Atualizado em 02/03/2016 às 07:15
Firmada parceria para desenvolvimento de kit de diagnóstico do vírus Zika
A Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps), através do Laboratório Farmacêutico do Rio Grande do Sul (Lafergs), assinou nesta terça-feira, dia 1º, uma parceria para desenvolver nos próximos meses um novo kit de teste rápido para identificar, em até 15 minutos, se uma pessoa já foi infectada pelo vírus Zika, Dengue e Chikungunya. O ato, ocorrido, no Tecnopuc, em Porto Alegre, contou com a presença da diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Marilina Bercini. A tecnologia totalmente nacional está sendo desenvolvida em conjunto com a empresa de alta tecnologia FK-Biotecnologia S.A. – divisão de diagnósticos, de Porto Alegre, a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico – Bahiafarma e o Laboratório Farmacêutico de Pernambuco – Lafepe. De acordo com os pesquisadores, a tecnologia consiste em coletar o sangue do paciente com uma lanceta no dedo da mesma forma que um teste de glicose. Ao reagir com diferentes componentes (antígenos e anticorpos), produz um resultado que pode ser lido visualmente, semelhante aos testes de gravidez de farmácia. Após 15 minutos, um painel irá demonstrar se a pessoa já teve contato ou está infectada com algum dos três vírus. “Resultados positivos para qualquer um dos vírus irá determinar a imunidade da pessoa para aquele vírus. Esse conhecimento poderá auxiliar no manejo de gestantes ou mulheres que desejam engravidar, por exemplo,” avalia o médico e pesquisador da PUCRS, Fernando Kreutz, diretor-presidente do Grupo FK-Biotec, holding de pesquisa, desenvolvimento e inovação que atua nas áreas de biotecnologia e nanotecnologia. Na divisão de diagnósticos, possui expertise no desenvolvimento, validação e produção de imunoensaios, em especial testes imunocromáticos (testes rápidos). Para a o desenvolvimento do produto, será constituído um grupo executivo composto por dois representantes de cada parte, com a finalidade de conduzir um estudo inicial de maneira conjunta. O prazo para apresentação da proposta de desenvolvimento da ferramenta será de 90 dias. O objetivo é disponibilizar o kit para a rede pública, através de uma possível Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP), além de suprir também o mercado privado. Com investimentos em torno de R$ 5 milhões, os pesquisadores ressaltam a importância do desenvolvimento de uma tecnologia nacional para esse diagnostico. Os resultados do trabalho conjunto poderão ser transformados em proposta de parceria nos moldes dos projetos de PDP, podendo inclusive ser encaminhado ao Ministério da Saúde para avaliação. De acordo com os pesquisadores, serão necessários inicialmente 200 mil testes em todo o Brasil para auxiliar no controle da epidemia de Zika. Segundo Paulo Mayorga, diretor do Lafergs e presidente da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (Alfob), todas as partes reconhecem a existência de uma janela de oportunidades para o desenvolvimento de ferramentas para o combate ao Aedes aegypti, e o caráter estratégico para a saúde pública de soluções tecnológicas de diagnose rápida para a infecção epidêmica pelo Zika. “Reconhecemos a sinergia e potencialidade de uma atuação conjunta em prol de pesquisa e desenvolvimento para diagnose de infecção pelo Zika, bem como reconhecemos a importância da interação cada vez maior entre os setores geradores do conhecimento e os usuários das novas tecnologias”, diz Mayorga sobre o entendimento para a união entre as quatro instituições envolvidas. Cooperação Lafergs, Bahiafarma e Lafepe são os laboratórios oficiais dos estados do Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco. Possuem como missão a promoção do acesso a produtos estratégicos pra o SUS, com capacidade de absorver novas tecnologias, inclusive na área de diagnóstico. Estão fortemente inseridos na política do complexo industrial da saúde, sendo que o Lafergs está orientando sua vocação para a área de produtos para saúde. Mayorga ressalta que este tipo de cooperação coloca os laboratórios oficiais na esteira da inovação, valorizando a cooperação entre produtores públicos e privados, fortalecendo o complexo industrial da saúde. Sobre o Grupo FK-Biotec Ao longo de 15 anos de atuação, o Grupo FK- Biotec é considerado pioneiro no setor de biotecnologia do Brasil. Está à frente de importantes projetos, como da vacina contra o câncer, dos testes imo-diagnósticos, nano-cosméticos, bio-fármacos e, também do lançamento do primeiro larvicida biológico do país para uso doméstico. Na divisão de diagnósticos, tem pesquisas em andamento para detecção de HIV e outras doenças infecciosas e autoimunes. O Grupo FK atua com pesquisadores próprios e através de parcerias com universidades de todo o Brasil, como HC/USP, UNB, PUCRS, UFRGS e Feevale. Conta ainda com o apoio do Finep, CNPQ e Capes. Secom RS Poliana Grudka- Jornalismo Grupo Chiru Comunicações