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Atualizado em 28/10/2024 às 09:20
Frederico Westphalen discute causas e prevenção à violência extrema dos jovens na era digital
Evento fez parte da 2ª Semana do Ministério Público
Episódios de violência extrema promovidos por adolescentes preocupam e foram tema da 2ª Semana do Ministério Público, que terminou nesta sexta-feira, 25 de outubro, em Frederico Westphalen. Estudantes de Direito, Pedagogia e Psicologia, além de Conselheiros Tutelares da comarca, diretores e professores de escolas participaram do evento acadêmico promovido pela Associação do Ministério Público (AMP/RS).
O procurador de Justiça Fábio Costa Pereira, coordenador do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), apresentou detalhes do estudo que identificou comportamentos que podem apontar para o risco de radicalismo e atos extremos. E falou do Projeto Sinais, desenvolvido para orientar professores, famílias e rede de proteção a identificar esses indícios e agir para evitar episódios violentos praticados por estudantes e jovens.
“O embrião do Projeto Sinais foi o caso de um jovem aqui da região que estava se radicalizando e que depois de uma intervenção do MPRS, em conjunto com a escola e rede de proteção, foi reabilitado e hoje está integrado à sociedade e feliz”, ressaltou o procurador. Assim como aconteceu em todos os casos acompanhados pelo MPRS neste ano, esse jovem se sentia excluído, era vítima de bullying na escola, tinha uma família desestruturada e acesso a conteúdos compartilhados na internet por grupos radicais. Aos poucos, foi seduzido pela promessa de fazer parte de um grupo, de ser aceito a aderiu a ideologias radicais e violentas.
Durante a palestra, Fábio Costa Pereira apresentou programas de combate à radicalização adotados em diversos países e que também usam as estratégias defendidas pelo MPRS: suporte psicológico, reforço dos laços familiares, formação de novas conexões sociais, busca por um propósito de vida e reintegração à comunidade, para criar um senso de pertencimento e reduzir o risco de recaída.
Mas o ponto fundamental, segundo o procurador, é prestar atenção ao que o jovem faz na internet: “o nosso adolescente tem um hiperfoco nas redes sociais e nos jogos virtuais, e os pais precisam ter controle desses conteúdos, saber o que eles estão postando e com quem se relacionam. E, por isso, família e escola são a linha de frente da prevenção e devem estar preparadas para detectar os sinais de alerta, como por exemplo, isolamento, mudança de comportamento e defesa de ideais extremistas”.
A promotora de Justiça Michele Dumke Kufner, da Promotoria de Justiça de Frederico Westphalen, organizadora do evento na cidade, ressaltou a importância da 2ª Semana do MP que, “ao lançar luz sobre um assunto tão relevante, que é a prevenção de atos extremos envolvendo os jovens, aproxima a instituição da sociedade e contribui para a busca de soluções para um problema que é novo, mas que cada vez preocupa mais”.
O promotor de Justiça Thiago Luís Reinert também acompanhou a palestra, que aconteceu no auditório da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) – Campus Frederico Westphalen.