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  • Golpe de 64 teve o apoio da imprensa, afirmam debatedores em edição do Diálogos em Rede

    Passados 50 anos do golpe que suspendeu a democracia no país, ainda se nota a herança do período no funcionamento da comunicação brasileira. A quinta edição dos Diálogos em Rede abordou o papel da mídia no Golpe de 1964, mas também discutiu a sua participação durante todo o período ditatorial. A atividade, realizada pelo Gabinete Digital, aconteceu nesta quarta-feira (9) no bar Pinacoteca, em Porto Alegre, e reuniu militantes de esquerda, jornalistas e ativistas, com a mediação da jornalista Naira Hofmeister. “Que o golpe teve o apoio e a conivência dos meios de comunicação, é inegável”, sentenciou Raul Pont. O deputado estadual, ex-preso político e um dos fundadores do jornal Em Tempo, um dos principais veículos de resistência à ditadura, leu diversos trechos de editoriais da época para provar que a imprensa contribuiu para criar uma atmosfera favorável para justificar o golpe. Se em 1964 falava-se em risco de “comunização”, anos depois de a ditadura já ter se instalado, era normal usar o termo “revolução”. Com uma página de uma edição da Zero Hora de 1970 em mãos, ironizou: “quando saiu esse exemplar, eu estava fugindo de Porto Alegre, apesar de estarmos no sexto ano da ‘Revolução Democrática’. Eu já tinha perdido dois empregos pelas minhas ideias”. “Imprensa foi coautora do golpe” O jornalista Elmar Bones, que é hoje editor da Já Editores, não só apontou a identificação ideológica dos principais meios de comunicação com o regime ditatorial como afirmou o envolvimento de vários dirigentes desses meios com uma “conspiração” que levou ao golpe. A resistência ficou a cargo de veículos alternativos de imprensa, que foram, de acordo com Elmar, silenciados pelo governo com o apoio dos grandes grupos de comunicação. “Houve um projeto para acabar com esses jornais, ante o silêncio quase absoluto da mídia”, disse. Um dos veículos que enfrentou a censura foi o Coojornal, uma experiência pioneira, “super bem sucedida”, do qual Elmar foi editor e que agregou profissionais de várias tendências ideológicas em torno de uma cooperativa de jornalistas. Outra constatação de que os principais veículos do país de fato apoiaram o regime militar veio recentemente, por meio de editoriais em que admitiram essa decisão. É o caso, por exemplo, d’O Globo e da Folha de S.Paulo, lembrados por Carlos Guazzelli, defensor público e coordenador da Comissão Estadual da Verdade. “Esse mea culpa é muito questionável, muito cheio de ‘mas’. Esses editoriais têm esse fundo: ‘nós apoiamos o golpe pra afastar a ameaça do comunismo’. Coisa nenhuma! Esses jornais cresceram e ganharam importância justamente durante a ditadura”, asseverou. Mas a crítica de Guazzelli não se restringiu à defesa política exercida através das linhas dos jornais, mas à atuação efetiva na execução de crimes da ditadura. “A Folha de S.Paulo é coautora das torturas. A imprensa foi conivente, cúmplice e às vezes coautora do golpe”, afirmou. Herança da ditadura “Não falta inteligência nas redações. Falta liberdade”. Assim Elmar Bones resume as estruturas “homogêneas e hierarquizadas” dos grandes jornais hoje. “O modelo de funcionamento e o método de trabalho das redações brasileiras são iguais ao que eram na ditadura”, o que resulta em um jornalismo manipulador e omissor. Raul Pont citou um episódio recente, durante as comemorações dos 50 anos do golpe, que faz referência à continuidade do mesmo processo. "Um torturador conhecido, Carlos Alberto Brilhante Ustra, teve quatro páginas no jornal para se justificar. Mostra que esses jornais não se reciclaram tanto”, afirmou. Para Guazzelli, a imprensa mudou, sim, desde a ditadura militar. Para pior. “Na época os jornais se diziam de direita, afirmavam sua posição. Hoje se disfarçam atrás de uma pseudoneutralidade”, afirmou.   Poliana Grudka- Jornalismo Grupo Chiru Comunicações

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