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Atualizado em 02/07/2014 às 10:49
Governo do Estado entrega kits Dissemina a sete municípios e inaugura modernização de inspetoria
O secretário estadual adjunto da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Aureo Mesquita, entregou na segunda-feira, dia 30, em Liberato Salzano, norte do Estado, kits da segunda fase do programa de melhoramento genético Dissemina a sete municípios e a modernização da Inspetoria de Defesa Agropecuária (IDA) da cidade, a 137ª já reestruturada pela Seapa. Na primeira fase, 31 municípios receberam veículos equipados com botijões de nitrogênio, capacitação dos técnicos e sêmen gratuito. Na segunda, em processo de entrega, serão mais 59. Na terceira, 61. A quarta está em tratativas com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Até o final do ano, 212 prefeituras vão ser contempladas, melhorando a qualidade genética de gados de corte e leite, especialmente de produtores familiares sem acesso à tecnologia. Parceria com o Governo Federal, o Dissemina é coordenado pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), vinculada à Secretaria da Agricultura. Em três etapas, Estado e União já investiram cerca de R$ 7 milhões. Parceria A capacidade de operação do programa mede-se pela parceria que o Governo do Estado tem conseguido implementar com a União e os municípios, argumentou o secretário adjunto. Na opinião dele, a estratégia de pensar o desenvolvimento dinamizando a economia do campo é correta. Resultado foi a colheita recorde de grãos na última safra, ultrapassando 30 milhões de toneladas e elevando o PIB gaúcho a 6,3%, mais de duas vezes maior do que o brasileiro. E cadeia do leite está inserida no contexto de crescimento. Duplicar a produção Depois do alinhamento estratégico de 2012, construído na Câmara Setorial da Secretaria da Agricultura, o setor já aumentou a produção em um milhão litros/dia de 2013 para cá dentro da meta de chegar a 20 milhões até 2023. Produzir duas vezes mais do que agora abarca no mínimo duas questões essenciais, segundo Mesquita: qualidade e sanidade. Por isso, a Secretaria da Agricultura em conjunto com os elos da cadeia construiu medidas como o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Leiteira (Prodeleite), o Fundo de Desenvolvimento da Cadeia do Leite (Fundoleite) até chegar à aprovação e criação do Instituto Gaúcho Leite (IGL), entidade que vai gerir projetos e programas. Atingido o objetivo, o Rio Grande do Sul precisará buscar mercados que pagam mais, como o Japão. Atualmente, o RS consome quatro dos 11 milhões de leite que produz. Chegando a 20 milhões e consumindo cinco daqui a nove anos, sobrarão 15 milhões para comercializar. Tecnologia para pecuária familiar O diretor-presidente da Fepagro, Danilo dos Santos, aposta no sucesso do programa em função das parcerias com os municípios. O Dissemina, segundo ele, surgiu sobretudo da necessidade de atender pequenos produtores familiares que, sem o apoio do governo, não teriam acesso à genética de qualidade. Há a necessidade, aponta, de aumentar a produção combinada com boa alimentação. Ainda em recuperação, a Central Riograndense de Inseminação Artifiicial (Cria), sediada na unidade da Fepagro de Hulha Negra, na Região da Campanha, já começou a produzir sêmen. Ela havia sido abandonada há dez anos e até 2011 estava sob os cuidados da Universidade Federal de Pelotas. No mesmo local, também funcionará o Centro de Biotécnicas Reprodutivas (CBR), cujo papel será a transferência de embriões. Políticas como essa, diz Danilo, darão suporte ao maior programa de melhoramento genético da história do RS. Mas não só isso. Desenvolvimento e renda Produtores de pequenos municípios como Sagrada Família, por exemplo, com menos de 2 mil habitantes, vão ter acompanhamento profissional e poderão, daqui a alguns anos, aumentar a renda dos produtores e ter mais condições de fazê-los permanecer no campo. Inseminador por profissão, o prefeito da cidade, Alcides da Silva, lembra que até hoje o veículo usado para ir às propriedadeserauma moto velha. “Num período de chuva como agora, seria praticamente impossível visitar os produtores. O equipamento repassado pelo Estado não só vai qualificar o rebanho como trazer mais condições de trabalho aos técnicos”. O mesmo acontece em Liberato Salzano, conforme o prefeito Gilson de Carli. Além de ser uma das mais importantes atividades no meio rural em pequenas e médias propriedades, o leite tem um lado social e econômico. “Temos uma meta semelhante à do Estado: vamos duplicar a produção de leite em quatro anos. Já aumentamos 30%. Queremos chegar em 100% até2016”.