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Atualizado em 21/05/2017 às 11:44
"Irmãos Batista da JBS roubaram o Brasil e estão tomando vinho de U$$5 mil e visitando sex shop em Nova York", diz Perondi
Enquanto a oposição denunciou a falta de explicações do presidente Michel Temer (PMDB) no novo pronunciamento na TV neste sábado aliados avaliaram que o discurso acertou o tom e foi ao encontro a um dos temas mais comentados redes sociais: o fato de que os irmãos Wesley e Joesley Batista, delatores e donos da JBS, terem ficado até agora livres, apesar da confissão de crimes, conforme a imunidade garantida pelo acordo de colaboração premiada. O tema gerou engajamento negativo na internet.
“A repercussão está muito boa, as redes sociais estão indignadas. Temer resolveu enfrentar e foi perfeito com aquela frase. O cara [Joesley] aprontou, assaltou o país, ganhou absolvição num curto espaço de tempo e está passeando em Nova York. Os dois irmãos ganharam liberdade, passaporte livre, estão passeando, visitando sex shop. Eu e você estamos trabalhando enquanto eles tomam uma champanhe de 5 000 dólares”, disse o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).
Era manhã de sábado quando Temer decidiu fazer o segundo pronunciamento depois de virar alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi aconselhado por seus defensores e auxiliares a denunciar a suposta adulteração no áudio gravado por Joesley Batista e calibrar o discurso para bater pesado na imunidade que o dono da JBS ganhou.
A perícia particular contratada pelo jornal Folha de S. Paulo foi o principal motivo que levou Temer a fazer novo pronunciamento, segundo parlamentares que o acompanhavam. A análise privada (sem validade para o processo no STF) apontou ao menos 50 cortes na gravação, o que reforçou o discurso de Temer e deu argumentos para sua defesa.
“Os técnicos que Janot pediu para analisar a fita eram um financeiro e outro de informática. Eles analisaram peremptoriamente, sem nenhum aparelho. Os caras escreveram isso constrangidos. Essa base superficial serviu para indiciar o presidente. Nunca vi isso na história da República. Ou foi precipitação ou conspiração da Procuradoria”, disse Perondi.
Quanto à falta de ação de Temer ao ouvir relatos de obstrução da Justiça cometidos por Joesley, Perondi disse que Temer “não é policial, nem estava acreditando na versão do empresário”. O dono da JBS que contou que havia zerado débitos com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-deputado preso em Curitiba na Operação Lava Jato, e que recebia informações privilegiadas de um procurador, além de acesso a juízes federais.
O presidente passou o dia reunido no Palácio da Alvorada com ministros e parlamentares dos principais partidos de sua base – PMDB, DEM, PSD e PSDB. A ordem é articular a defesa de Temer e dar seguimento à pauta de reformas que foi paralisada no Congresso. O domingo deve ser de mais reuniões.
MSN
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