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Atualizado em 21/03/2025 às 17:54
Laísa Sales Ribeiro é a primeira mulher Kaingang doutora da Terra Indígena do Guarita
Professora de Redentora está prestes a apresentar sua tese do doutorado e mira no pós-doc para o próximo ano



Mestra em Antropologia pela Universidade Federal de Pelotas, Laísa Ribeiro, é a primeira mulher doutoranda da Terra Indígena do Guarita. Com pesquisa voltada para estudos da história Kaingang, Laísa veio até o estúdio da Rádio Chiru para contar sua trajetória e vivências.
Laísa Arlene Sales Ribeiro cresceu na aldeia indígena em Redentora, em uma família de cinco irmãos. É casada e mãe de dois filhos que já estão na graduação. Professora desde os 16 anos alfabetizando jovens e adultos, busca a valorização de sua cultura através do estudo.
- A Antropologia precisa dialogar com o povo indígena, se não, não tem razão de ser -, disse a pesquisadora em entrevista ao Manhã News.
Localizada no Norte do Rio Grande do Sul, a Terra Indígena do Guarita é a maior do Estado. Possui uma área de 23 mil hectares com população de 6,5 mil pessoas, ocupando os municípios de Tenente Portela, Redentora e Erval Seco.
Trajetória acadêmica
A carreira acadêmica de Laísa começou com a Licenciatura em Ciências Biológicas na Unijuí, depois cursou Especialização em Educação Indígena na Universidade Federal do Rio Grande do Sul- (UFRGS). Em 2018, Laísa ingressou no Programa de Pós-Graduação em Antropologia, na Universidade Federal de Pelotas e, em 2021, ingressou no doutorado.
Nas últimas etapas para receber o título de doutora, Laísa aborda em sua tese as lideranças indígenas Kaingang do Rio Grande do Sul. Anteriormente, na dissertação de mestrado o tema foi os rituais de passagem dos jovens Kaingangs, uma análise de como se mantém fiéis aos costumes estando inseridos em uma sociedade envolvente.
Apesar de morar na terra indígena, em Redentora, a professora viaja muito sempre em busca de conhecimento e experiências. Estudou em Pelotas e inclusive foi convocada pelo Ministério da Educação para atuar em Territórios Etnoeducacionais no Estado de Rondônia, onde trabalhou com 34 povos indígenas.
Aos 47 anos, Laísa pretende continuar estudando. Para o próximo ano planeja ingressar no pós-doutorado, e seguir sendo referência para que jovens indígenas sigam ocupando espaços nas universidades.