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Atualizado em 16/05/2014 às 11:43
Mais um caso de racismo no futebol gaúcho
O técnico Bruno Saymon, do Estância Velha, time que está na disputa da Segunda Divisão do Gauchão, denunciou ter sido vítima de racismo em partida contra o Bagé, na quarta-feira passada, no estádio Pedra Moura, em Bagé. Em entrevista à Rádio Guaíba na noite desta quinta-feira, o treinador contou ter sido chamado de macaco no fim do primeiro tempo por um torcedor do time da casa. Saymon também reclamou da atuação da Brigada Militar no caso. De acordo com ele, inicialmente os policiais presentes no jogo disseram que o técnico poderia registrar um Boletim de Ocorrência (BO) após a partida, mas, em seguida, afirmaram que o BO deveria ser feito naquele momento – durante o segundo tempo da partida. “Não se mostraram dispostos a fazer aquele boletim. Não teria como eu fazer o boletim no meio do jogo”, alegou Saymon. “A polícia não se mostrou atenciosa com a situação.” “Sabia que encontraria um clima hostil, de entrega, mas dentro de campo”, lamentou ele, que foi vítima de racismo pela primeira vez em seu ambiente de trabalho: “A gente acompanha pela TV e acha que não vai acontecer conosco”, acrescentou. “É um sentimento de revolta e tristeza”, resumiu. Válida pela quarta rodada, a partida terminou empatada em 1 a 1. Com pena prevista no Código Penal de até três anos de prisão, o racismo não foi citado na súmula do jogo – que até a noite desta quinta não estava disponível no site da Federação Gaúcha de Futebol – porque, segundo Saymon, o árbitro da partida não viu o ocorrido.