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Atualizado em 26/01/2024 às 10:26
Manifestação marca 6 anos da morte da Contadora Sandra
Comunidade e familiares organizam momento de oração no dia 30 de janeiro. Ainda não há previsão para julgamento dos réus
Em homenagem a contadora Sandra Mara Lovis Trentin que desapareceu no dia 30 de janeiro de 2018 em Palmeira das Missões, a comunidade, amigos e familiares organizam uma manifestação e missa em Boa Vista das Missões, para marcar a data.
De acordo com uma das filhas de Sandra, Romana Trentin, para este ano está sendo organizado uma manifestação com orações, cartazes, flores e balões em frente à casa da família a partir das 18 horas e, logo após, às 19 horas, acontecerá uma missa na igreja Santa Maria Goretti.
– Neste ano, vamos colocar alguns cartazes na nossa antiga casa, com mensagens, pedidos, orações, vamos levar flores também, as rosas que ela adorava, balões brancos e logo após vamos para a igreja para a nossa tradicional oração. Pedimos para que todos usem branco, podem até ser as camisetas que o pessoal já tem, que pedem orações e justiça pela minha mãe – explicou.
Relembre o caso
Sandra, 48 anos, foi vista pela última vez em Palmeira das Missões, em 30 de janeiro de 2018. O veículo que ela usava foi encontrado horas depois estacionado em uma rua da cidade. Dentro do carro estavam o chip do celular e documentos.
Em fevereiro, Paulo Ivan Baptista Landfeld, então marido de Sandra, que era vereador na cidade de Boa Vista das Missões, foi apontado pela polícia como mandante da morte da mulher. Ele teria contratado Ismael Bonetto para matá-la.
Ao ser preso, em Santa Catarina, Bonetto havia confirmado o plano de Landfeldt e deu detalhes do caso, depois ele muda seu depoimento. Já a defesa do ex-marido negou participação no crime. Ambos se negaram a passar pelo detector de mentiras, na época.
Num caso, cercado de reviravoltas ao longo da apuração, os dois presos negam ter cometido o crime. O ex-vereador afirma que foi ameaçado e extorquido pelo jovem apontado como seu comparsa. Já Ismael reconhece ter tentado tirar dinheiro do político e nega ter matado a mulher.
A denúncia, no entanto, narra que Ismael Bonetto e outros envolvidos, que não foram identificados pela Polícia, espreitaram Sandra desde Boa Vista das Missões e a abordaram na cidade de Palmeira das Missões. Após renderem a vítima, levaram-na para local ermo, onde, ela foi morta a tiros. Segundo o MP, o crime ocorreu entre 30 de janeiro e 17 de fevereiro de 2018.
Prestes a completar um ano, do misterioso desaparecimento de Sandra, em 21 de janeiro de 2019, um cadáver foi encontrado em uma área de mato, próximo de uma lavoura de soja, na divisa entre Palmeira das Missões e Condor, a 40 quilômetros de onde Sandra desapareceu. Cerca de três meses depois, a perícia confirmou que os restos mortais encontrados eram da contadora. Sandra foi velada e sepultada no dia 13 de abril de 2019.
Em 7 de maio de 2019 o ex-marido, réu pela morte da esposa, Paulo Ivan Baptista Landfeld, que havia conseguido liberdade condicional, foi preso novamente. A prisão foi solicitada pelo Ministério Público de Palmeira das Missões e foi acatada pelo judiciário para garantir a ordem pública pela gravidade do fato e repercussão na comunidade local, e pela conveniência da instrução criminal. Acrescentando que pessoas que criaram um movimento em prol da vítima relataram terem sido ameaçadas por Landfeld.
Os denunciados respondem por homicídio qualificado, por motivo torpe ou mediante promessa de recompensa, recurso que dificultou defesa da vítima e feminicídio. Segundo o MP, o marido queria o fim do casamento sem a necessidade de partilha do patrimônio do casal. Paulo teria pago R$ 40 mil a Ismael. Ainda são acusados de ocultação de cadáver, já que o corpo de Sandra só foi encontrado um ano após o desaparecimento.
O Ministério Público afirmou, por nota, que "espera, agora, que com a pronúncia, os réus sejam condenados o mais breve possível pelo Tribunal do Júri". O Judiciário ainda não informou quando deve acontecer o julgamento.
O caso corre em segredo de justiça e de acordo com as informações repassadas à família, uma nova audiência deverá ser marcada para posteriormente ser agendado o júri, que deverá ser composto por juízes leigos, para o julgamento dos réus que seguem presos.