Medalha perdida e vibração na plateia: como foi a premiação dos jovens remadores no fim de semana

O entusiasmo com os resultados no Campeonato Brasileiro de Remo, no final de semana, em São Paulo, era tamanho entre os jovens remadores gaúchos que até mesmo uma das medalhas acabou extraviada no momento da premiação, situação que foi resolvida na sequência com o auxílio da ex-presidente da Federação Gaúcha de Remo. Ana Valesca Bastos estava presente na última competição da equipe antes da tragédia que vitimou nove pessoas no domingo, no Paraná, incluindo seis adolescentes e o coordenador do projeto Remar para o Futuro, Oguener Tissot, de 43 anos.

Ainda emocionada com a fatalidade, ela lembra que, por ter dirigido a entidade durante oito anos, conhecia os meninos do projeto, os mesmo para os quais ajudou a entregar as medalhas no final de semana. Por isso, momentos após a premiação, um deles, Henri Fontoura Guimarães, a procurou.

"Ele veio me pedir: 'Ana, me consegue outra medalha de prata, porque a minha eu coloquei aqui do lado, saí um minuto e agora sumiu'. Quando eu consegui outra, ele saiu todo feliz'", afirma a dirigente.

Para Ana, outro momento emblemático foi quando os meninos cruzaram a linha de chegada em primeiro lugar na categoria sub-19 do four skiff masculino.

"No sábado estava uma chuva chata a manhã toda. E quando o barco de Pelotas cruzou a linha de chegada, eu dei um grito, vibrei e comecei a chorar. As pessoas ficavam me olhando sem entender muito, e eu tentava dizer: 'Gente, vocês não sabem o que esses meninos fizeram para estar aqui'. Foi algo muito impactante", diz, referindo-se a todos os obstáculos em função das enchentes de maio, que impediram todo e qualquer treinamento no rio, já que o próprio Centro Português fora muito prejudicado pelas cheias.