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Atualizado em 21/11/2017 às 09:27
Miraguaí - Reserva indígena foi local de preparação para assalto de agências bancárias
Pelo menos 19 pessoas foram indiciadas pelo assalto a duas agências bancárias na cidade de Miraguaí, no Noroeste do Rio Grande do Sul, em fevereiro deste ano. Dois suspeitos estão foragidos: uma professora que atuava dentro da reserva da Guarita e o marido dela, um indígena. A polícia não sabe ao certo como se deu a aproximação entre os indígenas e os criminosos, que usaram a reserva como esconderijo e local de preparação para o crime.
Ao longo da investigação, iniciada logo após o assalto, 25 pessoas foram presas. A localização de um veículo que havia sido usado na fuga – e que estava no nome da mãe de um dos moradores da reserva indígena – foi a pista que levou a polícia a descobrir que os criminosos haviam usado as terras indígenas como acampamento.
Em seguida, a polícia obteve provas de que alguns dos indígenas não apenas tinham conhecimento, como haviam participado da preparação para o assalto. Um deles, Misael da Silva da Cruz, já era apontado desde abril como um dos mentores do crime.
Entretanto, o envolvimento dos indígenas no assalto veio à tona no dia 7 de novembro, quando o cacique da aldeia da Guarita e vereador mais votado de Tenente Portela, Valdonês Joaquim, foi preso. O pai dele se entregou dias depois.
Conforme a polícia, eles deram suporte para os criminosos na preparação para o assalto. A defesa de ambos nega que eles tenham relação com o crime. O Ministério Público apresentou denúncia contra os dois na semana passada.
A polícia suspeita que a aproximação dos indígenas com a quadrilha possa ter ocorrido na cadeia, uma vez que dois indígenas já tinham sido presos. Um deles é Misael da Silva da Cruz, que já havia sido preso por tráfico de drogas, e que agora está foragido.
"A reserva é muito ampla, várias pessoas convivem com os indígenas, e como se deu esse conhecimento, não sabemos. O que se sabe, é que o Misael já foi investigado por tráfico de drogas e, apesar de ser indígena, tinha ligações com outras pessoas (criminosos), e por isso acreditamos que isso possa ter trazido essa aproximação, mas não se sabe como isso aconteceu, é apenas uma especulação", diz o delegado Marion Volino, que participou das investigações.
A mulher de Misael, Camila Lorenzon Gonzatto, é professora municipal de Redentora e dava aulas para crianças dentro da reserva. Na casa do pai dela foram encontrados objetos relacionados com os veículos roubados usados no assalto, além de ter participado, conforme o MP, na manufatura de miguelitos para furar pneus das viaturas da polícia e ter atuado como responsável por dar suporte à quadrilha alertando sobre a movimentação da polícia no dia do assalto. Ela e o marido são os dois únicos foragidos.
Jornalismo do Grupo Chirú.
G1 RS.