Saúde
Publicado em 26/03/2024 às 15:16
O que são focos de dengue e como eliminá-los?
Recipientes com acúmulo de água são os principais criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue
O Brasil já ultrapassou a marca de 700 mortes por dengue, segundo dados do Ministério da Saúde. Na última quinta-feira (21), o país chegou aos 2 milhões de casos confirmados pela doença. Diante desse cenário, é fundamental conhecer os principais focos de dengue e saber como eliminá-los.
Os focos de dengue são os locais favoráveis para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, Chikungunya e Zika. Ambientes com a presença desses focos aumentam as chances de as pessoas da região contraírem a doença, já que podem ser criadouros da larva do mosquito, facilitando sua proliferação.
Muitas vezes, esses ambientes podem ser a nossa própria casa ou a de vizinhos. Por isso, é fundamental identificá-los e saber como eliminá-los. Os principais focos de dengue são aqueles em que é possível ter acúmulo de água, como:
Caixas d’água;
Tampinhas de refrigerante e garrafas;
Garrafas plásticas destampadas;
Ralos e pias;
Bebedouros de animais de estimação;
Pneus velhos;
Calhas;
Vasos de plantas;
Sacos de lixos abertos;
Piscinas descobertas e sem o tratamento adequado.
Como eliminar os focos de dengue?
A principal forma de eliminar os focos e criadouros do mosquito da dengue é, justamente, evitando o acúmulo de água nesses recipientes ou deixando-os devidamente fechados e limpos.
O Ministério da Saúde faz as seguintes recomendações para eliminar os focos de dengue:
Manter caixas d’água, ralos e pias tampados;
Higienizar adequadamente e diariamente os bebedouros de animais de estimação;
Descartar pneus velhos junto ao serviço de limpeza urbana da sua cidade;
Caso precise guardar os pneus, mantê-los em locais cobertos, evitando o acúmulo de água;
Retirar a água acumulada da bandeja externa da geladeira e bebedouros, lavando-os com água e sabão;
Limpar calhas e laje da casa;
Colocar areia nos cacos de vidro de muros que possam acumular água;
Colocar areia nos vasos de plantas;
Amarrar bem os sacos de lixo;
Evitar o descarte de resíduos sólidos em terrenos abandonados ou na rua.
O Ministério também recomenda fazer uma inspeção em casa uma vez por semana, pelo menos, para encontrar possíveis focos de dengue. Caso sejam encontradas larvas ou ovos do mosquito, o descarte deve ser feito na terra e os recipientes devem ser higienizados com água e sabão em seguida.
Cuidados individuais também são importantes
Além da eliminação dos focos e criadouros do Aedes, é fundamental seguir alguns cuidados individuais para se proteger da picada do mosquito transmissor da dengue. É o caso do uso de repelentes nas áreas expostas do corpo — os produtos à base de DEET (N N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou de icaridina são os mais recomendados.
Repelentes de insetos contendo uma das três substâncias acima são seguros para o uso durante a gravidez, quando aplicados de acordo com as instruções do fabricante, conforme orienta o Ministério da Saúde.
Em crianças menores de 2 anos de idade, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo três vezes ao dia.
Além disso, é possível utilizar mosquiteiros sobre a cama e instalar telas em portas e janelas. Quando disponível, o uso do ar-condicionado, principalmente nas estações mais quentes do ano, também é recomendado. Por fim, também é importante proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, usando calças e camisas de mangas compridas.
A vacinação contra a dengue também é uma estratégia fundamental para a prevenção. O imunizante já está disponível pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas, neste primeiro momento, as doses são limitadas ao grupo de pessoas na faixa etária entre 10 e 14 anos.
Ao observar sintomas suspeitos de dengue — como dor de cabeça, dor atrás dos olhos, fadiga, febre alta, náuseas e manchas na pele — consulte um médico e evite a automedicação, pois o uso de certos remédios pode agravar o quadro de saúde.
* Gabriela Maraccinida / CNN