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Atualizado segunda às 09:08
Operação Leite Compen$ado: MPRS pede a prisão preventiva do alquimista
O químico industrial estava impedido de atuar desde 2014 quando foi detido pelo mesmo crime
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) pediu ainda na última sexta-feira, 13 de dezembro, nova prisão preventiva do químico industrial que foi detido na quarta-feira, 11 de dezembro, em Taquara, na Operação Leite Compen$ado 13. Conhecido entre os fraudadores por “alquimista” ou o “mago do leite”, ele estava impedido de atuar em laticínios devido a uma cautelar penal pela Comarca de Teutônia desde a Operação Leite Compen$ado 5, realizada no ano de 2014.
Segundo os promotores de Justiça Mauro Rockenbach e Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, responsáveis pelas investigações, o MPRS pediu a revogação desta cautelar, que permitia ao “alquimista” responder ao processo da ação de 10 anos atrás em liberdade sem uso de tornozeleira eletrônica.
O químico industrial, que também foi preso preventivamente nesta semana em Imbé na nova operação, mesmo impedindo de atuar em laticínios, os promotores descobriram – após novas denúncias – que ele atuava clandestinamente em uma fábrica de Taquara.
O “alquimista”, ao descumprir a cautelar, aguardando julgamento pelo processo de Teutônia e ainda esperando para que fosse monitorado eletronicamente, havia aperfeiçoado uma fórmula com o objetivo de mascarar leite vencido ou em deterioração com adição de soda cáustica e água oxigenada. Além disso, o MPRS revela que o químico criou em 2020 uma empresa no nome da sua esposa, na área de propaganda e publicidade, para dar continuidade no assessoramento, bem como, para comercialização de fórmulas lácteas.
Para Mauro Rockenbach e Alcindo Bastos, “a artimanha demonstra completa e reprovável desconsideração para com as determinações judiciais”.
Operação Leite Compen$ado 13
Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, sendo um deles a do “alquimista”, e mais 16 de busca e apreensão em Taquara, Três Coroas, Parobé, Imbé e São José do Rio Preto, em São Paulo, nete mês de dezembro de 2024. Houve ainda uma prisão em flagrante de uma funcionária do laticínio investigado em Taquara.
O químico elaborava, clandestinamente, fórmulas para a indústria adulterar leite vencido ou deteriorado com a adição de água oxigenada e soda cáustica.
Também foram detectados pelos e pontos de sujeira em embalagens. Leite UHT, em pó, soro e composto lácteo produzidos pela empresa eram distribuídos para todo Brasil e para Venezuela.
Operação Leite Compen$ado 5
Deflagrada em maio de 2014, foram cumpridos três mandados de prisão em 10 cidades do Vale do Taquari e Vale do Sinos, com foco em Imigrante, onde o “alquimista”, alvo da 13ª fase, foi preso pela primeira vez pelo MPRS, e em Paverama, sede de duas indústrias de laticínios.
Os dois proprietários das indústrias também foram detidos por darem ordens para adição de soda cáustica, bicarbonato de sódio e água oxigenada no leite. Houve, ainda, cumprimento de ordens judiciais em Teutônia, Arroio do Meio, Encantado, Venâncio Aires, Marques de Souza, Travesseiro, Novo Hamburgo e Cruzeiro do Sul.
*Informações MPRS