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Atualizado em 03/01/2020 às 09:07
Palmitinhense caminha 450 km para cumprir promessa
Foram nove dias de Palmitinho até o santuário do Padre Reus em São Leopoldo na região metropolitana
A realização de um pedido feito há cerca de 10 anos para o padre jesuíta considerado santo antes mesmo de falecer, João Batista Rëus, levou o palmitinhense Alceu Bonafé a caminhar cerca de 450 Km saindo de Palmitinho até São Leopoldo onde está o santuário dedicado ao padre.
Foram nove dias de caminhada, do dia 21 ao dia 29 de dezembro. “Saí de Palmitinho no dia 21. O primeiro pernoite foi em Boa Vista das Missões depois fomos indo, caminhava das 5 às 11 horas e das 15 às 20 horas, me alimentei em restaurantes e dormimos na camioneta mesmo, a ideia inicial era dormir em hotel, mas achamos confortável ficar no carro e assim seguimos até o fim. A parte mais complicada do trajeto foi na serra de Lajeado, pois não tem acostamento e passa muito caminhão, mas deu tudo certo. No último dia, fiz os últimos 60 Km, de Montenegro até São Leopoldo”, relatou Bonafé.
O Santuário Sagrado Coração de Jesus, localizado junto ao túmulo do jesuíta, é um dos principais pontos turísticos da cidade de São Leopoldo, recebendo milhares de romeiros mensalmente, que vão até lá pagar promessas por graças alcançadas, geralmente a pé partindo de diversas localidades do estado.
A preparação
O fiel, se preparou durante quase um ano, fazendo corridas e caminhadas pelas estradas da região, também fez um check-up da saúde antes de sair e bebia cerca de seis litros de água por dia, durante o percurso. “Em momento algum me senti cansado ou pensei em desistir, mas não imaginava que faria tão rápido. Nos primeiros dias a oração foi minha companheira no trajeto, depois seguia apreciando a paisagem, observando coisas que por vezes a gente não vê quando passa de carro”, confidenciou.
Durante o relato do devoto de Padre Reus ao Programa Comando Regional do Grupo Chiru por vezes a emoção tomou conta e não titubeou em dizer que se preciso for vai recorrer novamente a intercessão do jesuíta. “Se for considerar os anos, podemos dizer que demorou para acontecer, foram 10 anos, mas sou muito grato e faria tudo novamente se fosse preciso”, destacou.
O trajeto
Boa parte do percurso Bonafé fez alternando três pares de tênis que havia levado na viagem, porém, de acordo com ele, com os dias os dedos começaram a ficar doloridos e ele precisou cortar parte do tênis, usando esse mesmo par até o fim da caminhada. “Peguei alguns dos dias mais quentes, chegou aos 40°C e no asfalto parece ainda mais quente, então os dedos doíam. O corpo, por sua vez, parece que foi acostumando, assim os primeiros dias foram mais difíceis que os últimos”, relatou.
A alimentação era feita em restaurantes na beira da estrada. “Não mudei muito a minha alimentação, o café era normalmente com um sanduiche e uma xícara de café com leite, almoçava normalmente e jantava, mas é importante dizer que quando parava e a íamos procurar um lugar para comer ou dormir, sempre voltávamos de onde eu tinha parado. Tive durante todo o percurso um apoio muito grande do rapaz que foi comigo, de apelido pipoca, ele ia as vezes na frente outras ficava para trás, mas sempre me acompanhando”, disse.
A chegada
Renovado de muita fé, solidariedade, oração, confiança e esperança Bonafé chegou ao santuário para agradecer. Lá a família o esperava para celebrarem juntos.
O empresário que atua há mais de 40 anos, com a Marcenaria Bonafé, na Linha Boa Vista, interior de Palmitinho não esqueceu de agradecer todos que lhe apoiaram para cumprir essa promessa e principalmente a família que sempre esteve ao seu lado.
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