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  • PC e Defesa consideraram que a reconstituição da noite da morte de Rafael Mateus reforça suas teses

    A polícia trabalha com homicídio doloso enquanto a defesa argumenta que a mãe não teve a intenção de matar o filho

    Foram três horas de trabalho no local do crime, outras duas de oitivas, teve repetições, teve choro, teve comoção, apreensão, expectativa, pedido por justiça e bastante trabalho mas, ao final, tanto a Polícia quanto a defesa de Alexandra Dogokenski saíram satisfeitos com o trabalho de Reprodução Simulada dos Fatos, a reconstituição, da morte do menino Rafael Mateus Winques, de 11 anos, ocorrido em 15 de maio no município de Planalto.

    De acordo com a Diretora do Departamento de Perícias do Interior, Marguet Mittmann, o objetivo da Reprodução Simulada é verificar a viabilidade da versão apresentada pelos envolvidos. A mãe, que confessou o crime, afirmou que a morte ocorreu depois que a criança ingeriu dois comprimidos de um tranquilizante, quando o laudo inicial do IGP apontou morte por asfixia. “Foi uma perícia extremamente complexa. Em um primeiro momento foram feitas as oitivas, onde foram coletadas as informações para posterior, a gente passar para a segunda fase que é a reprodução, que nada mais é que a repetição de tudo o que aconteceu como ela narrou. Esse tipo de perícia faz uma análise das versões apresentadas, vê se essas versões são fatíveis e ela se torna uma prova muito robusta para o inquérito policial”, explicou, ao destacar que o trabalho, em si, iniciou por volta das 18 horas, com as entrevistas.

    O filho mais velho, depois de ouvido, na primeira fase da perícia, foi liberado pois relatou, somente, ter ouvido barulhos e luzes acesas, sem presenciar o crime.

    Já na casa o fotógrafo criminalístico do IGP fez o levantamento fotográfico e em vídeo do local. Um boneco com o peso compatível com o da vítima, 40 quilos, foi utilizado para representá-la. “Ela mostrou a forma que fez, reproduzindo passo-a-passo o depoimento, porém, vamos pedir novas pericias e ouvi-la novamente nos próximos dias para esclarecer alguns pontos que divergem entre o depoimento e o que foi representado. Temos a convicção de que se trata de um homicídio doloso. No que se refere a motivação, já temos clareza de algumas coisas que antes não tínhamos, mas, são informações que só serão divulgadas ao final do inquérito policial”, comentou o diretor de investigação do Departamento de Homicídios da Policia Civil, delegado, Eibert Moreira Neto.

    De acordo com o advogado de defesa, Jean Severo, que também acompanhou de dentro da residência o trabalho, a Alexandra foi fiel a sua versão desde o primeiro depoimento e a reconstituição servirá para comprovar que ela agiu sem a, intensão de matar o filho.

    Peritos da 4ª Coordenadoria Regional de Perícias, que realizaram a perícia de local de crime quando o corpo foi descoberto, também voltaram ao local para participar do trabalho. A Reprodução Simulada foi acompanhada também pelo perito médico-legista que realizou a necropsia. O laudo desta, que aponta a causa da morte, leva em conta os resultados de outras perícias, como as de toxicologia, que indicam se houve a ingestão de medicamentos, conforme relatado pela mãe da criança. “Foi encontrado resquícios do medicamento Diazepam, porém eu não posso afirmar se a quantia pode ter causado o óbito, isso depende de outras questões a serem ainda concluídas pelo perito”, esclarece Marguet.

    Ao todo, 29 solicitações de perícias foram enviadas pela Polícia Civil para o IGP. Destas, 19 já tiveram os Laudos assinados e liberados para a autoridade policial. O laudo da Reprodução Simulada dos Fatos onde o perito analisa as versões relatadas, verificando quais são factíveis, tendo como base elementos técnicos do trabalho pericial. O Perito também responde os quesitos, que foram formulados pela defesa, pela autoridade policial ou pela acusação. A previsão é de que o Laudo esteja concluído em 30 dias.

    Dúvidas já respondidas

    Dentre os muitos questionamentos sobre como teria ocorrido o crime, alguns já foram respondidos durante o trabalho de reconstituição. O primeiro é que Alexandra teria condições de carregar o filho, também foi confirmado pelo IGP a presença de medicamento na urina do menino. Os peritos, ainda, reafirmaram que a morte ocorreu por asfixia.

    Novos questionamentos

    De acordo com os delegados serão solicitadas novas pericias para esclarecer alguns pontos divergentes entre o depoimento e a ação durante a reprodução. Também sobre o transporte do corpo de dentro da casa até a residência vizinha e, ainda, sobre o tipo de nó feito na corda que foi encontrada envolta no pescoço do menino, se era fixo ou corrediço.

    Alexandra deverá ser ouvida novamente, nos próximos dias, após o resultado de alguns laudos para que a polícia possa, também, esclarecer pontos que ficaram dúbios.

    Vídeo: Coletiva ao final da reprodução simulada, na madrugada desta sexta-feira, 19

     

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    No Ar: Corujão com . 00:00 - 01:00

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