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Publicado hoje às 15:23
Perícia demonstra que sogro de mulher suspeita de envenenar bolo em Torres também ingeriu arsênico antes de morrer, em setembro
Deise Moura dos Anjos é investigada pela Polícia Civil pelas mortes de três pessoas após o consumo de um bolo de Natal. Em setembro passado, o sogro dela também morreu com sintomas de envenenamento.
O caso do bolo contaminado que ocasionou a morte de três pessoas em Torres, no fim do ano passado, segue gerando desdobramentos. Após a confirmação de que as mortes decorreram de envenamento por arsênico, a perícia confirmou que o sogro da principal suspeita também ingeriu o produto antes de falecer, em setembro passado. As informações foram obtidas pelo Correio do Povo e por GZH.
O corpo dele foi exumado na manhã quarta-feira, 8 de janeiro, no Cemitério São Vicente, em Canoas. O homem morreu no dia 2 de setembro, dois dias após a visita da nora, que levou bananas e leite em pó. Após consumir o alimento, ele teve vômitos e diarreia, os mesmos sintomas observados nas pessoas que ingeriram o bolo no último Natal.
Deise Moura dos Anjos é a suspeita das mortes ocorridas em dezembro e, agora, recaem sobre ela também as acusações sobre a morte do sogro. No caso do bolo, ela teria contaminado a farinha usada para fazer o doce.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira, 10 de janeiro, detalhando o andamento da investigação. A delegada Sabrina Deffente disse existir "fortes indícios de que ela [Deise] tenha praticado outros envenenamentos em pessoas próximas da família, os quais serão objeto de investigação a partir de agora. Ela pesquisou sobre venenos, incluindo uma receita de veneno sem cheiro e sem gosto. A partir desta combinação de elementos, começou a tentar envenenar familiares", comentou.
Três pessoas que comeram o bolo morreram: Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva e Tatiana Denize Silva dos Anjos, filha de Neuza. Zeli Teresinha Silva dos Anjos, sogra de Deise, chegou a ser internada, mas recebeu alta nesta sexta-feira, 10 de janeiro. Outras duas pessoas foram internadas e liberadas. Deise está presa preventivamente.
A defesa de Deise afirma que "as declarações divulgadas na coletiva de imprensa ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso", portanto "aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise e manifestação".
Nota da defesa
O escritório Cassyus Pontes Advocacia representa a defesa de Deise Moura dos Anjos no inquérito em andamento sobre o fato do Bolo, na Comarca de Torres, tendo sido decretada no domingo a prisão temporária da investigada.
Todavia, até o momento, mesmo com o pedido da Defesa deferido pelo judiciário, ainda não houve o acesso ao inquérito judicial.
A família, desde o início, colabora da investigação, inclusive o com depoimento de Deise em delegacia, anterior ao decreto prisional.
Cumpre salientar, que as prisões temporárias possuem caráter investigativo, de coleta de provas, logo ainda restam diversos questionamentos e respostas em aberto neste caso, os quais não foram definidos ou esclarecidos no inquérito.
*Com informações de Correio do Povo e GZH