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  • Prevalência de coronavírus dobra no intervalo de um mês no RS

    Dentre as cidades onde são realizadas as pesquisas Passo Fundo é a que tem maior índice de pessoas saindo de casa todos os dias

    A pesquisa que rastreia a Covid-19 na população gaúcha mostra que a prevalência do coronavírus dobrou no intervalo de um mês no Rio Grande do Sul. Os números da sexta etapa do estudo, divulgados nesta quarta-feira, 29, pelo governo do Estado e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) apontam que há um infectado a cada 104 habitantes.

    O epidemiologista e professor emérito da UFPel, Fernando Barros, responsável por apresentar os resultados, ponderou que a UFPel e a equipe de pesquisadores não têm uma receita prescritiva. “No momento em que existe aceleração da infecção, quanto mais fizermos distanciamento social, melhor é. Se o município resolve que vai fazer uma espécie de lockdown dois ou três dias, é melhor do que não fazer. Se puder fazer mais, melhor ainda, mas são decisões municipais com base no quadro de infecções e mortes que cada município apresenta”, comentou.

    Dos 4,5 mil testes, 43 tiveram resultado positivo para coronavírus: 18 em Porto Alegre; 9 em Canoas; 7 em Passo Fundo; 2 em Caxias, Santa Cruz do Sul e Santa Maria; e 1 caso positivo detectado em Ijuí, Uruguaiana e Pelotas. Na etapa anterior, foram 21 resultados positivos, o que indica que o número mais que dobrou neste intervalo.

    Uma vez que a sexta rodada mostrou prevalência de 0,96%, o governo do Estado e a UFPel decidiram antecipar a próxima rodada em uma semana. A sétima rodada, portanto, será entre os dias 15 e 17 de agosto. Essa antecipação estava prevista no termo de parceria sempre que o percentual se aproximasse ou superasse 1%. A oitava está prevista para ocorrer entre os dias 12 e 14 de setembro.

    Distanciamento Social 

    Se comparados à quinta etapa da pesquisa, os dados da sexta etapa mostram que o número de pessoas que está seguindo as orientações de distanciamento social diminuiu nesse intervalo de um mês, embora os números sejam semelhantes: apenas 12,6% dos entrevistados alegou estar sempre em casa. No início de junho, eram 12,7% dos entrevistados.

    – É interessante porque começamos essa pergunta lá no primeiro inquérito, e percebemos que o perfil de distanciamento social do início de abril até esta fase de julho mudou. Ao mesmo tempo em que estamos notando e inclusive documentando um aumento progressivo das infecções, traduzidas pelo aumento da prevalência de pessoas com anticorpos, notando uma queda na adesão ao distanciamento –, observou o professor Barros ao salientar que de todas as cidades onde foram aplicadas as pesquisas, Passo Fundo foi a que apresentou maior indice de pessoas saindo de casa diariamente.

    As pessoas que só saem para cumprir atividades essenciais correspondem a 54,1% dos entrevistados, e aquelas que saem diariamente são 33,7% dos entrevistados. No final de junho, 54,6% dos entrevistados saia para atividades essenciais, e 32,7% relatava sair diariamente.

    Letalidade

    Os dados estimam que mais de 108 mil pessoas (de 78.774 a 146.196, pela margem de erro da pesquisa) já adquiriram anticorpos para a doença na população gaúcha. Já a letalidade baseada no total de casos é de 1,4%, com uma relação de 1.570 mortes para cada 108.716 casos. Isso porque a pesquisa considera que haja dois casos para cada notificação – ou seja, o Rio Grande do Sul não teria cerca de 59 mil casos confirmados, mas acima de 118 mil.

    No entanto, se os dados considerados forem os casos confirmados, a letalidade é 2,6%, com 1.570 mortes para 59.779 casos.

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