Região representada na Marcha das Margaridas

Uma viagem de ônibus, custeada pela Regional Sindical levou 38 mulheres da região para a 6ª Marcha das margaridas que aconteceu nos dias 13 e 14 de agosto em Brasília, no Distrito Federal, mais de 100mil mulheres participaram.

Em 2019 a marcha trouxe para debate a reforma da previdência hoje no centro da principal queda de braço no Congresso Nacional. O documento, produzido a partir de diálogos e debates com mulheres da base, reafirma também a defesa de temas como a terra, a água, as práticas agroecológicas, as políticas de educação e saúde, o combate à violência de gênero. O documento foi entregue ao governo federal. “Foi um momento lindo e intenso, de reinvindicação e força da mulher agricultora do Brasil. Nem sei se tenho uma palavra pra descrever. Quando você vê tantas mulheres, unidas, em busca de melhorias, de melhores políticas, chega a arrepiar. Se perguntarem se eu cansei, nem deu pra sentir. Quando a gente vê a força daquelas mulheres unidas, o que algumas passaram para estar e até permanecerem lá nos dois dias a gente se arrepia. É lindo”, comenta a Assessora da Regional Sindical e funcionária do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palmitinho, Ivete Rodrigues dos Santos.

O movimento se traduz na mais importante mobilização conjunta de mulheres da América Latina, além de contar com um raio de apoio que extrapola os limites do continente. Ao todo, a passeata vai contar com representantes de cerca de 26 países, como Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile, Guatemala, Austrália, Inglaterra, Suíça e Quênia.

A marcha, que ocorre a cada quatro anos, reúne, tradicionalmente, mulheres do campo, da floresta e das águas. Nesta edição, o evento contou com um reforço especial das participantes da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas.

De Palmitinho foram cinco participantes para a Marcha das Margaridas, além de Ivete, Ereni Brandão Rosa, Neiva Arboit, Elaine Trombetta Nunes e Anilda Bastos foram à Brasília e na segunda-feira, 26 estiveram no Comando Regional, programa da Grupo Chiru na AM 1380 para contar a experiência.

Uma homenagem à Margarida Alves

Nomeada em referência à líder sindical paraibana Margarida Alves, assassinada em 1983 a mando de latifundiários, a marcha é espaço para o compartilhamento de dramas comuns e para a vocalização dos anseios que pautam a luta das trabalhadoras. A experiência e a força da trajetória da paraibana servem hoje de farol para iluminar os passos das mais de 100 mil mulheres participantes do evento.