Saúde
Atualizado em 29/01/2021 às 11:28
Rio Grande do Sul registra casos de coinfecção de covid-19
Fato ocorre quando 2 linhagens do vírus agem simultaneamente
Uma semana depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstrou preocupação com as novas variantes da Covid-19, salientando a necessidade de fazer uma investigação meticulosa sobre possíveis impactos em vacinas, casos de reinfecções e coinfecções, pesquisadores apresentaram resultados de estudos de amostras coletadas no Rio Grande do Sul. Os genomas sequenciados foram depositados em bases internacionais e o estudo foi submetido a um periódico científico.
O laboratório de microbiologia molecular da Universidade Feevale, de Novo Hamburgo (RS), detectou casos de coinfecção pela Covid-19 – quando uma pessoa é infectada ao mesmo tempo por duas cepas diferentes do coronavírus.
A pesquisa que faz o mapeamento do DNA e das mutações da Covid-19 é coordenada pelo Professor Fernando Spilki e faz parte da RedeVírus do Ministério de Ciência e Tecnologia. Spilki explicou como acontece essa coinfecção. "Foram infecções onde pacientes tinha infecção com a linhagem do vírus mais antiga e uma linhagem mais nova, são pessoas que acabaram tendo os dois vírus concomitantemente", disse.
Ele afirmou que as pessoas que tiveram coninfecção não tiveram a forma grave da doença, mas alertou que com esse fenômeno o Coronavírus pode evoluir mais rapidamente e criar várias novas linhagens. "É o que chamamos de recombinação, o que isso quer dizer: é que os dois genomas possam se combinar durante o processo de multiplicação nas células e a partir disso temos a formação de uma nova linhagem, algo que levaria um pouco mais de tempo acaba acontecendo de forma súbita", explicou.
Os pesquisadores seguem monitorando as mutações e as incidências delas nas reinfecções. Cabe lembrar que a melhor forma de evitar a covid-19 até a vacinação atingir grande parte da população é mantendo o distanciamento social, higienizando as mãos e fazendo uso de máscaras.