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Atualizado em 21/02/2020 às 12:26
RS recebe reforço para vacinação contra a febre amarela
O Estado não tem casos de transmissão confirmados desde 2009, porém São Paulo, Paraná e Santa Catarina tiveram casos nos últimos meses
O Rio Grande do Sul recebeu nesta semana um lote extra de 80 mil doses de vacinas contra a febre amarela. A medida visa ampliar a distribuição e é a principal forma de prevenção contra a doença, que nos últimos anos avançou pelos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. No Rio Grande do Sul não são identificados casos transmitidos dentro do Estado desde 2009.
O público-alvo para vacinação são as pessoas a partir de nove meses de idade até os 59 anos que não tenham comprovação de vacinação. Neste ano, o Ministério da Saúde passou a orientar um reforço em crianças aos quatro anos de idade. A dose deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco (matas, florestas, rios, cachoeiras, parques e o meio rural). Pessoas acima dos quatro anos e que já tenham registro de ao menos uma dose da vacina não precisam de nova aplicação.
As vacinas já começaram a ser distribuídas pela Secretaria da Saúde (SES) a todos os municípios e estarão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde. O lote extra é um suplemento ao quantitativo mensalmente recebido pelo Estado, que em média distribui outras 80 mil doses aos municípios a cada mês. O novo envio também busca reabastecer os estoques, já que muitas cidades no Estado estão conciliando a campanha atualmente em andamento contra o sarampo (para crianças dos 5 anos até os jovens de 19 anos) com a vacinação contra a febre amarela.
Vigilância ambiental
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) possui desde 2001 um programa de monitoramento da febre amarela em primatas (bugios e macacos-prego, no caso do RS). Esses animais não causam riscos à população e são considerados os sentinelas da doença, já que servem como indicador da presença do vírus antes que chegue às pessoas. A transmissão não ocorre de animal para humano. A doença é transmitida pela picada do mosquito Haemagogus.
Hoje, o foco das atenções são nos municípios do Norte, Serra e Litoral que fazem divisa com Santa Catarina. No estado vizinho do RS, casos em humanos e primatas foram confirmados em 2019 e 2020.
Por esse motivo, equipes da Secretaria da Saúde realizou no ano passado visitação em 530 residências de áreas rurais em 21 municípios na divisa com SC. Mais de 1,6 mil pessoas foram informadas sobre a doença e orientadas a notificar caso identifiquem macacos mortos ou doentes. O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) dispõe do telefone 150 para informações, com atendimento de segunda a sexta-feira (das 8h30 às 22h) e aos sábados, domingos e feriados (das 8h às 20h).
O que é a Febre Amarela?
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido, no meio rural e silvestre, pelo mosquito Haemagogus. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A febre amarela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.
Os sintomas incluem: início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas ou no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas. Também informe caso tenha observado macacos mortos próximos aos lugares visitados, assim como a situação vacinal.
Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver algumas complicações, como febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.