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Atualizado em 01/05/2024 às 12:04
Sem ICMS, decretos entram em vigor nesta quarta-feira e impactam a cesta básica no RS
Em coletiva, governo do Estado ressaltou ausência de votos na Assembleia e negou problemas na base aliada
Conforme antecipado nesta segunda-feira, o governo do Estado recuou e retirou o projeto que previa o aumento de ICMS da Assembleia Legislativa. Ao mesmo tempo, para recompor a arrecadação financeira, entram em vigor, nesta quarta-feira, 1º de maio, os decretos que cortam incentivos fiscais e impactam na cesta básica. O detalhamento foi feito no início da tarde desta terça-feira, no Palácio Piratini, pelo chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e pela secretária estadual da Fazenda, Pricila Santana.
Ao reconhecer a derrota política na Assembleia, ao não conseguir os votos necessários para votar a proposta de aumento da alíquota modal de ICMS de 17% para 19%, o governo colocará em prática o plano B, que é a adoção dos decretos já a partir desta quarta-feira, 1º de maio.
Na prática, as mudanças serão as seguintes na cesta básica:
- Os alimentos da cesta básica passam de 7% para 12%
- O pão francês será tributado em 12%
- O Leite ABC será tributado em 12%
- As frutas, legumes e hortaliças seguem isentas até o dia 31 de dezembro.
- Ovos seguem isentos até 31 de dezembro.
Cortes e despesas
- serão realizados ajustes nas despesas
- previsto corte de 10% linear nos benefícios fiscais em 2025.
Segundo a secretária da Fazenda, a intenção com as medidas é atingir o patamar de R$ 1,3 bilhão de aumento na arrecadação, como previsto se ocorresse a elevação da alíquota. Ela adiantou que até o final de maio será detalhado o impacto dos cortes de incentivos por setores.
Duas derrotas em seis meses
Aos jornalistas, Artur Lemos reconheceu a derrota política e que o governo do Estado arcou com esse desgaste. Porém, ao ser questionado sobre o comprometimento da base aliada, ressaltou que ela ocorreu apenas em '1' ponto, que foi o aumento do ICMS.
Mesmo assim, não descartou que o projeto seja apresentado novamente, provavelmente no final do ano, após as eleições municipais. Em mais de uma ocasião, ele justificou o cenário eleitoral como um fator complicador nas negociações.
Apesar de Lemos tentar amenizar o impacto da derrota, fato é que, nos bastidores, a estratégia de aumento do imposto foi considerada "confusa" e "bagunçada". As críticas de aliados ao projeto, muitas publicamente, colaboraram para o governo recuar há duas semanas da possível votar do texto.
*Informações Correio do Povo