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  • Setembro deve ser marcado por calor excessivo e menos chuva do que no ano passado

    No Sul do Brasil, mês começa com ar frio, mas deve ter altas temperaturas e risco de ciclone na segunda quinzena

    Setembro será um mês de extremos no Brasil com protagonismo do calor que vai ser excessivo com muitos dias quentes e de temperatura extremamente alta em diversos estados do país, o que vai levar a muito fogo com grande número de queimadas. No Sul, sem o El Niño forte de 2023, a chuva não terá acumulados tão altos quanto no ano passado.

    O inverno astronômico termina apenas no dia 22 de setembro às 9h44, mas o chamado período da primavera meteorológica tem início em 1º de setembro porque compreende o trimestre que vai de setembro a novembro. Setembro é, assim, um mês que marca a transição para a primavera e traz junto um aumento da temperatura.

    Em Porto Alegre, por exemplo, em agosto a média da temperatura mínima é de 11,6ºC e a máxima média histórica é de 21,8ºC. Setembro, por sua vez, tem média mínima na capital gaúcha de 13,3ºC e uma máxima média de 22,8ºC, com base nas normais climatológicas da série 1991-2020. A precipitação média mensal é de 147,8 mm.

    No Rio Grande do Sul, setembro costuma na climatologia histórica ter altos volumes de chuva com muitos episódios passados de cheias de rios e enchentes. Tanto que, no caso do estado gaúcho, há o folclore da enchente de São Miguel, na segunda metade do mês, o que se sublinha, não ocorreu todos os anos.

    Setembro começa sem La Niña

    O setembro do ano passado foi marcado por enchentes catastróficas no Rio Grande do Sul. No Vale do Taquari, a maior enchente desde 1941 até aquele momento devastou a região. Porto Alegre registrou a maior cheia do Guaíba desde 1941 também até então e pela primeira vez desder 1967 o Guaíba superava a cota de 3,00 metros no Cais Mauá. O mês de setembro em 2023 transcorreu sob a influência do fenômeno El Niño, que teve início em junho do ano passado, e naquele momento já era forte e ainda ganhava força. O cenário de setembro de 2024 é bastante diferente, sem El Niño ou La Niña atuando no Pacífico Equatorial agora no seu começo.

    Chuva e calor acima da média 

    De acordo com a análise da MetSul Meteorologia, setembro em 2024 deve ser marcado por temperatura acima a muito acima da média histórica em quase todo o Centro-Sul do Brasil. Os maiores desvios de precipitação devem se dar no Centro-Oeste e em parte do Sudeste, mas em parte do Sul o mês também será muito quente, especialmente no Paraná.

    Áreas mais ao Sul e o Leste gaúcho devem ter mais dias de temperatura agradável ou amena com maior proximidade dos valores médios históricos, embora a tendência de o mês terminar com marcas acima da média em muitos locais da Região Sul.

    A MetSul espera um muito baixo número de dias de frio agora em setembro deste ano no Sul do país, apesar que não deixará de fazer frio. Na primeira semana do mês, ar frio ingressa e trará algumas noites de temperatura baixa e geada em diferentes cidades, mas essa não será a tônica do mês.

    Uma massa de ar extremamente quente vai atuar no Centro-Oeste, no Norte e Sudeste do Brasil na primeira metade do mês com máximas extremas e potencialmente recordes em algumas cidades. O grande bolsão de ar quente deve se expandir para o Sul do país com maior impacto na segunda semana do mês, quando as temperaturas podem ficar muitíssimo acima da média nos estados do Sul.

    Clima em setembro tem aumento de temporais 

    Setembro, como mês da primavera climática, tende a ter um aumento dos episódios de tempo severo no Sul do Brasil. O risco é principalmente agravado com incursões tardias de ar frio à medida que a presença de ar quente se torna mais comum sobre o Sul do país com o fim do inverno, embora neste ano não se preveja uma alta frequência de ar frio.

    O encontro de massas de ar frio e quente gera as tempestades severas, sobretudo na chegada de frentes frias. Em anos de El Niño, como foi o caso de 2023 e não é de 2024, atmosfera mais quente, úmida e instável, com maior influência de ar tropical, favorece uma maior frequência de tempestades no Sul do Brasil. Os temporais não necessariamente são mais intensos, mas ocorrem em maior número. Podem ocorrer os primeiros eventos de sistemas convectivos de mesoescala, aglomerados de nuvens carregadas que crescem durante a noite, uma característica da primavera, no Norte argentino e no Paraguai.

     

    *Fonte: Metsul Meteorologia
     

    Helena Knob - Jornalismo Grupo Chiru
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