Segurança
Publicado em 29/03/2020 às 14:50
Suspensa a entrada de sacolas plásticas nos presídios gaúchos
Amapergs comemora a conquista que era um dos pedidos para evitar a entrada da Covid-19 nas casas prisionais
Conforme decisão judicial publicada neste domingo, 29 de março, em ação impetrada pelo Sindicato dos Agentes, Monitores e Auxiliares de Serviços Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul (Amapergs), foi suspensa a entrada de sacolas e materiais plásticas, como vinha acontecendo em muitos Estabelecimentos Prisionais do Estado, por tempo indeterminado em todas as cerca de 140 casas prisionais.
De acordo com o presidente do sindicato Saulo Felipe, tal medida se fez necessária por parte da Amapergs Sindicato, uma vez que através do diálogo não se obteve resposta do Governo referente as demandas encaminhadas à Instituição, no que tangem as iniciativas de combate à disseminação da pandemia com reflexos mundiais.
-O momento exige a adoção de medidas pontuais e eficazes na prevenção ao contágio do Covid-19, restringindo ao máximo o contato social e, o que temos de informação é que o vírus se mantém vivo no plástico e metal por um bom tempo, inclusive por dias. E mesmo sem as visitas acontecendo nos presídios, as famílias trazem sacolas que podem estar contaminadas - completou o presidente.
Conforme a referida decisão judicial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul o pedido é plausível diante do perigo de contágio e demora de uma solução por parte do Estado. “É sabido que o Sistema Prisional por si só, representa potencial risco de contágio, tratando-se de local com numerosa aglomeração de pessoas. Cabendo salientar que, com alto índice de portadoras de doenças respiratórias, face a insalubridade de muitas das casas prisionais. Previsões preocupantes e alarmantes nos assolam, caso venhamos a ter a contaminação de presos distribuídos pelo Sistema Prisional gaúcho. Sendo que, não existe um local específico para atendimento às pessoas privadas de liberdade, o que os conduziria a rede pública de saúde que, de acordo com os prognósticos, já estaria sobrecarregada” completou Felipe.
O presidente salientou que é imprescindível que se compreenda nesse momento, a atividade essencial e indispensável dos mais de 5,5 mil servidores penitenciários que atuam na linha de frente em combate a disseminação do coronavírus e mantém as atividades dentro dos presídios. “Sem contar que em caso de contaminação dentro do sistema penitenciário, a disseminação será incontrolável, afetando não somente presos e servidores, mas também seus respectivos familiares, e sociedade em geral” concluiu o presidente do Amapergs.
Na última semana o presidente esteve com representantes do governo e da Susep para entregar a pauta de reivindicações que ainda não foram atendidas. O Sindicato aguarda, inclusive, que sejam disponibilizados Equipamentos de Proteção (máscaras e luvas) para os servidores.