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Atualizado em 08/10/2017 às 09:36
Suspensão da vacinação contra febre aftosa provoca inquietação nas fronteiras do RS
O plano do governo brasileiro para suspender a vacinação contra a febre aftosa tem provocado inquietação nas regiões de fronteira. Vizinhos do Rio Grande do Sul — que recentemente anunciou a intenção de antecipar a retirada da vacina, de 2021 para 2019 —, produtores da Argentina e do Uruguai têm visto com reservas o fim da imunização. Ainda sob o impacto do surto da doença que atingiu a região no início da década de 2000, eles alegam que a decisão deveria ser tomada em conjunto e ressaltam a necessidade de uma maior fiscalização nas fronteiras.
A grande vantagem da retirada é que ela sinaliza ao mundo que o controle sanitário local é confiável, a ponto de dispensar a imunização, e abre caminho para mais mercados. O receio é que eventual falha pode expor o rebanho à doença, o que os defensores da vacina alegam ser mais difícil de ocorrer com o atual status. Por questões como essas, tanto quem vacina como quem não vacina fala em redobrar a vigilância para manter seu rebanho saudável.
Após o Brasil apresentar, em abril deste ano, o plano estratégico que prevê a suspensão gradual da vacina até 2023, autoridades sanitárias e associações de produtores dos dois países do Mercosul reiteraram a intenção de manter a vacinação nos seus territórios. Em encontro realizado na última Expointer, em Esteio, integrantes da Federação das Associações Rurais do Mercosul (Farm) manifestaram-se favoráveis à vacinação. O tema também foi discutido recentemente nas feiras de Palermo, na Argentina, e do Prado, no Uruguai.
Correio do Povo
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