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Atualizado em 08/06/2015 às 08:37
TCE confirma fraude com verbas indenizatórias na Assembleia do RS
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) comprovou parte das denúncias feitas por um ex-chefe de gabinete da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, que apontou esquema de funcionários fantasmas e devolução de salários por servidores do gabinete de um deputado. As irregularidades, que também envolvem a verba indenizatória paga a parlamentares, foram reveladas no domingo (7) pelo Fantástico, da TV Globo. A investigação de três meses da RBS TV desvendou crimes de deputados de quatro estados, como falsificação de notas fiscais e esquema de funcionários fantasmas, que devolviam salários aos políticos ou sequer sabiam que estavam empregados nos parlamentos. No Rio Grande do Sul, as fraudes foram reveladas pelo ex-chefe de gabinete do deputado Dr. Basegio (PDT). Neuromar Gatto disse que servidores comissionados, muitos dos quais fantasmas, devolviam ao parlamentar parte ou todo o vencimento mensal. “Essas pessoas traziam os valores e entregavam a mim. E eu, naturalmente, passava ao deputado esses valores, como consta nas gravações”, afirma Gatto, que era o “arrecadador” do esquema. Em um dos vídeos gravados pelo ex-chefe de gabinete em Passo Fundo, o assessor Álvaro Ambrós afirma que devolvia entre “R$ 3,2 mil e R$ 3,3 mil” de um salário de R$ 7.710,39 líquidos. Outra gravação mostra o publicitário de Passo Fundo Paulo Marins, que organizou campanhas políticas do Dr. Basegio, entregando a Gatto o que seria parte do salário de sua mulher, Eliane Marins, assessora do parlamentar até dezembro de 2014. A reportagem exibiu, ainda, um flagrante feito pela reportagem no qual a dona de casa Hedi Vieira, também de Passo Fundo, admite, sem saber que estava sendo gravada, que devolvia o salário a Basegio e que era assessora “só no papel”. Além de estar vinculada ao gabinete do político, Hedi também chegou a ser lotada no Cerimonial da Assembleia Legislativa. Depois de fazer a arrecadação, o ex-chefe de gabinete diz que entregava os valores ao deputado, como mostra o vídeo em que Dr. Baségio aparece embolsando pacotes de dinheiro. Um deles, formado por notas de R$ 10, despertou uma queixa feita pelo parlamentar, em tom de ironia. “Mas, meu Deus, que pobreza essa gente”, disse o deputado. G1/RS Douglas Biguelini - Jornalismo Grupo Chiru Comunicações