Saúde
Atualizado em 19/02/2024 às 17:40
Tenente Portela: confirmada mais uma morte por Dengue no município
Esse é o quarto óbito registrado no Rio Grande do Sul pela doença
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), vinculado à Secretaria da Saúde, confirmou nesta segunda-feira, 19 de fevereiro, o quarto óbito por dengue no Rio Grande do Sul.
Trata-se de uma mulher, de 64 anos, residente em Tenente Portela. O óbito ocorreu no último dia 15. Ela estava internada no Hospital Divina Providência (HDP), em Frederico Westphalen, e apresentava graves comorbidades.
Tenente Portela é o que apresenta o maior número de casos confirmados no Rio grande do Sul, sendo este o segundo óbito na cidade neste ano. Dos 4.784 casos confirmados em todo o RS, neste ano, 1.558 estão em Tenente Portela.
Até o momento o Estado apresenta circulação do sorotipo DENV1.
A SES reforça a importância de que a população procure atendimento médico nos serviços de saúde logo nos primeiros sintomas. Dessa forma, evita-se o agravamento da doença e a possível evolução para óbito.
Força-tarefa no município
– Infelizmente uma parcela da população ainda não se deu conta da gravidade da situação provocada pela dengue em Tenente Portela–, pontou o vice-prefeito Leônidas Balestrin que coordena as ações de eliminação dos criadoriuros e dos mosquitos adultos ao informar que nesta semana foram encontrados e eliminados vários criadouros do mosquito. "São caixas d’água, piscinas, tonéis, tanques, baldes, pneus, garrafas, entre outros recipientes, no mais completo abandono, com água acumulada, repleta de larvas e, é claro, enxames de mosquitos. O cenário perfeito para que a dengue siga se alastrando", disse.
O fumacê, aplicado em praticamente todo o perímetro urbano, e o inseticida intradomiciliar, que já chegou a centenas de moradias, certamente tem banido mosquitos, porém, o descaso verificado em muitos locais, torna a missão de acabar definitivamente com o vetor da dengue, cada vez mais difícil. “É como secar gelo”, lamenta um dos agentes que integra o grupo responsável pelas visitas domiciliares realizadas diariamente.
O grupo coordenado pelo vice-prefeito é formado por aproximadamente 30 servidores que se revezam nos dois turnos para chegar ao maior número de casas possíveis. Seis deles, foram capacitados para aplicar o inseticida. Integrantes do Corpo de Bombeiros Voluntários também auxiliam em algumas ações. Todos têm sido verdadeiros soldados nesta guerra contra a dengue. Quando necessário, os agentes literalmente fazem o serviço braçal para eliminar criadouros do mosquito. As caixas d’águas em condições precárias, por exemplo, são esvaziadas na hora. O momento requer esta medida, que somente não ocorre se o morador não consentir. Nestes casos, a Vigilância Sanitária é acionada, e o responsável pode sofrer as sanções legais que preveem, inclusive, a aplicação de multas para quem não sanar as situações que representem risco ou ameaça à saúde pública (Lei Municipal Nº 2.365/ 2016).
Em outra frente, servidores da Secretaria de Políticas Estruturante e Zeladoria recolhem diariamente dezenas de cargas de entulhos. O serviço prioriza resíduos que possam armazenar água, como pneus, vasilhames, móveis velhos, garrafas, baldes, entre outros materiais descartados em ruas, passeios públicos e terrenos baldios. Esta coleta precisa ter uma destinação correta e, no caso de Tenente Portela, as cargas são levadas para o Consórcio Intermunicipal de Gestão Multifuncional - CIGRES, em Seberi.
Nos últimos 30 dias, aproximadamente 2.000 moradias, o que corresponde a quase metade dos imóveis da cidade, já receberam a visita dos agentes em ações específicas de combate ao mosquito. O trabalho, que atendeu os bairros São Francisco, Novo Portela, Renascer, Operário, Mutirão, Ipiranga, Fries, Ramayer, Rubino Marrone, Paludo, Novo Horizonte e parte do Centro, gradativamente chegará a toda a área urbana. O fumacê será feito novamente nos próximos dias.
Principais sintomas
-febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias,
- dor retroorbital (atrás dos olhos);
-dor de cabeça,
-dor no corpo,
-dor nas articulações,
-mal-estar geral,
-náusea,
-vômito,
-diarreia,
-manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira.
Prevenção
Medidas de prevenção à proliferação e circulação do Aedes, com a limpeza e revisão das áreas interna e externa das residências ou apartamentos e eliminação dos objetos com água parada são ações que impedem o mosquito de nascer, cortando o ciclo de vida na fase aquática.
O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual contra o Aedes aegypti.
Situação epidemiológica
Neste ano, o RS já registra 4.784 casos confirmados da doença , sendo 4.221 autóctones, que é quando o contágio aconteceu dentro do Estado, com os demais sendo importados (residentes do RS que foram infectados em viagem a outro local).
Em 2023, foram mais de 34 mil casos autóctones. Ao todo, foram 54 óbitos em virtude da dengue no ano passado.
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*Com informações SES e Ascom/Tenente Portela